Conforto e luxo unidos em um veículo imponente que marcou a década de 1960 no Brasil. Essa pequena descrição resume bem o que foi o Aero Willys, um clássico entre os automóveis antigos.
Baseado em um projeto da Willys Overland, fabricado nos Estados Unidos entre 1952 e 1955, mas que fracassou comercialmente, o Aero começou a ser produzido no Brasil em 1960. E se na terra do Tio Sam o automóvel não agradou, aqui foi bem diferente. Hoje o veículo é objeto de desejo de colecionadores, como o empresário de Apucarana Geraldo Ballan, que há nove anos zela por seu Aero Willys 1962.
O detalhe interessante sobre o modelo 62 é que foi o primeiro ano em que o Aero Willys passou a ser montado com todas as peças produzidas no Brasil. Ballan alerta, no entanto, que seu véculo não é totalmente original, pois passou por uma série de modificações. ''Quis fazer um carro todo estilizado que conservasse apenas algumas características do modelo'', adianta.
Entre as mudanças estão o motor, que passou de quatro para seis cilindros, utilizando as mesmas peças do Opala 92. O mesmo vale para a suspensão. Já o câmbio do Aero foi da coluna para o assoalho. Ballan enfatiza, porém, que o design ainda é o do Aero Willys 62. ''Dei uma mordenizada principalmente na mecânica. Sempre levo ele para encontros. Tenho outros carros antigos, mas esse é o meu xodó'', garante.
Quanto às viagens, o empresário faz uma confissão. Segundo ele, quem tem um carro em um padrão semelhante ao dele não pode ter medo de gastar. Movido a àlcool, o carro faz, em média, apenas cinco quilômetros por litro.
Cheio de sentimentos pelo automóvel, Ballan acrescenta que até mesmo a combinação do preto e do branco foi escolhida a dedo pelo colecionador. ''Queria deixar o carro com a aparência dos carros de polícia do Texas que via nos filmes dos anos 60 quando eu ainda era moleque'', revela.
As cores mescladas na lataria se estenderam aos bancos interiços que, na versão original, eram apenas pretos. ''A parte interna é praticamente toda original exceto o banco, que também passou por uma estilização'', aponta.
Para parecer um carro de polícia até o brasão com uma estrela nas portas e o giroflex no teto eram utilizados até pouco tempo atrás. Ballan optou, no entanto, pela retirada dos acessórios. ''Todos os encontros que ia levava o Aero Willys exatamente como uma viatura de filmes e resolvi mudar um pouco. O prazer do colecionador está em sempre mexer no seu carro'', justifica.
Mais uma curiosidade do automóvel está em seu documento. Apesar de ser 62, os seus registros o nomeam como Ford Aero Willys, mesmo com a fusão entre as duas empresas só ter ocorrido entre 1967 e 1968. A explicação mais provável para isso, de acordo com colecionadores, está na mudança das placas amarelas para as cinzas em 1991. Quando se tornou uma exigência, novos papeis foram feitos e o nome, possivelmente por falta de conhecimento, alterado.
Colecionador de diversos artigos de época, como vitrola e espingardas, o empresário garante que não pretende se desfazer tão cedo de seu Aero. ''Tenho um tipo de mini museu e o Aero é como se fosse a peça mais importante'', garante.

Imponente, Aero Willys é xodó de empresário
Imponente, Aero Willys é xodó de empresário Imponente, Aero Willys é xodó de empresário Imponente, Aero Willys é xodó de empresário Imponente, Aero Willys é xodó de empresário Imponente, Aero Willys é xodó de empresário