Imagem ilustrativa da imagem GNV: imprudência representa risco de explosão
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A exemplo de boa parte das tragédias envolvendo veículos, imprudência e negligência formam uma dupla literalmente explosiva quando o combustível utilizado é o Gás Natural Veicular (GNV). Isso porque a instalação mal feita ou a requalificação irregular do cilindro, bem como o adiamento das inspeções anuais de emissão e segurança do carro a gás explicam praticamente todas as situações de explosão, como a tragédia registrada em um posto de combustível, no início de abril em São Gonçalo (RJ), em que uma mulher morreu dentro de um carro, que estava sendo abastecido.

"Imprudência. Isso explica o que ocorreu em São Gonçalo, assim como outras explosões de cilindros. No caso dessa situação, o cilindro requalificado tinha vindo de outro carro que havia sido queimado, o que comprometeu a cimentação e a têmpera do cilindro. É o que chamado de efeito-bexiga, pois enche e estoura, já que a pressão do gás é muito grande, cerca 3,5 mil libras, não dá para ter falhas", alerta o presidente Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Paraná (Sindirepa) e sócio-administrador da automecânica Bill Ltda, Wilson Bill.

Bill estima que pelo menos 45% da frota de quase 35 mil veículos paranaenses convertidos para o uso do GNV esteja irregular, seja por não seguir a rotina anual de inspeção (27%), seja por circular com um cilindro instalado de forma clandestina. "O motorista tem de ter em mente que não basta comprar um carro, precisa fazer a manutenção conforme o recomendado, independentemente do combustível utilizado. Do contrário, está colocando em risco a si mesmo e a todos ao redor", ressalta.

Ele informa que os postos de abastecimento de GNV serão obrigados a cobrar o documento da inspeção anual do veículo antes de abastecer, o chamado Certificado de Segurança Veicular (CSV). "Nas blitz isso já é cobrado, creio que se os postos fizerem valer essa lei, os motoristas vão se ajustar, do contrário não conseguirão circular sem combustível", acredita. Para estar em conformidade com a lei, além dessa vistoria anual que avalia a segurança e as emissões, a cada cinco anos o cilindro precisa ser requalificado por um instauradora credenciadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Tal credenciamento também é exigido das oficinas que fazem conversão.

Ao abastecer com o GNV, a Compagas orienta para que os motoristas sigam instruções comuns a qualquer tipo de abastecimento
Ao abastecer com o GNV, a Compagas orienta para que os motoristas sigam instruções comuns a qualquer tipo de abastecimento | Foto: Gustavo Carneiro



Ainda sobre a segurança, o gerente do Segmento Veicular da Companhia Paranaense de Gás Veicular (Compagas), Mauro Melara, chama atenção para que o usuário nunca substitua o cilindro por outro reservatório. "Botijões de gás de cozinha ou outros tanques de ar comprimido não podem ser usados junto com cilindros para GNV ou substituí-los, pois os cilindros de GNV são projetados para armazenamento em alta pressão (200bar ou 20Mpa). Os cilindros são projetados e testados para suportar com segurança essa alta pressão, enquanto os outros tipos de cilindros não", esclarece.

COMPORTAMENTO SEGURO

Ao abastecer com o GNV, a Compagas orienta para que os motoristas sigam orientações comuns a qualquer tipo de abastecimento, tais como: desligue o motor, rádio, faróis e acessórios elétricos; desligue o telefone celular; não fume no local do abastecimento; ao abastecer, todos os ocupantes devem sair do veículo; o abastecimento deve ser feito apenas por pessoas autorizadas; e jamais tente transferir GNV de um cilindro para outro.

São 36 postos revendedores de GNV, distribuídos nas cidades de Curitiba, Campo Largo, Colombo, Paranaguá, Pinhais, Ponta Grossa e São José dos Pinhais, e um em Londrina que comercializa o gás fornecido pela GasLocal.