Um carro em miniatura que para uma criança é um brinquedo, para os colecionadores pode ser considerada uma joia que, junto a tantas outras, formam um verdadeiro tesouro de diferentes marcas e modelos. Um tesouro que só aumenta, à medida que novas miniaturas são lançadas e peças raras são descobertas.
Em dos cômodos da casa do gerente financeiro Osmar Santos, por exemplo, já são mais de quatro mil exemplares de miniaturas, a maioria da escala 1/64, que ele mantêm catalogados.
Os carrinhos convencionais, destes que são encontrados em lojas e supermercados, também são maioria, mas é possível encontrar diversas raridades.
Entre eles está o Drift King, da marca Hot Wheels, um modelo que Santos buscava há dois anos, até que um amigo o encontrou da maneira mais improvável. ''Eu já havia desistido de encontrar, até que um dia, esse meu amigo estava em uma lanchonete e o brinde do lanche era esse carrinho. Ele comprou e me deu de presente.''
Outra história curiosa foi a do carro de bombeiros da Mach in Box, o Snorkel Free Truck. O exemplar foi adquirido através de uma negociação com um garoto. ''Eu dei cinco carrinhos para ele em troca dessa peça'', lembra.
E é na base da troca que, atualmente, Santos consegue grande parte dos modelos. Tanto que para isso, ele mantém um estoque de miniaturas repetidas, sem abrir a embalagem. ''Sempre tenho algo que alguém está procurando e a preferência é sempre pela troca'', destaca. Além de colecionador, Santos também coordena o grupo londrinense batizado de Amigos Colecionadores de Miniaturas (Acomini).
Claro que comprar carrinhos é um hábito frequente, principalmente em viagens a outros estados, já que, segundo o colecionador, há diferenças nos estoques entre as regiões do País. Mesmo assim, ele ressalta que nunca foi de gastar muito com a coleção. ''Acho que o carro mais caro que comprei custou uns R$ 30'', afirma.
Entre tantos modelos, um mais curioso que o outro, ele tem preferidos, como as kombis, que ganharam uma prateleira exclusiva. Uma delas é o exemplar mais antigo da coleção, a VW Camper de 1970, na cor laranja.
Cuidadoso com as miniaturas, ele faz de tudo para evitar qualquer dano. Na hora de mostrar um modelo, por exemplo, não entrega na mão da outra pessoa. Também mantém uma gaveta cheia de exemplares para situações em que há crianças por perto.
O gosto por carros de diferentes modelos e versões, claro, é um dos motivos para colecionar as miniaturas, mas Santos destaca algo que, para ele, é ainda mais importante. ''É a amizade que você faz. Conheço gente do Brasil inteiro, colecionadores e pessoas que se interessam pelos carrinhos. A peça mais valiosa são os amigos.'' (Leia mais nesta edição)