O modelo Delivery Express foi totalmente desenvolvimento pelo departamento de engenharia da fábrica em Resende (RJ)
O modelo Delivery Express foi totalmente desenvolvimento pelo departamento de engenharia da fábrica em Resende (RJ) | Foto: Divulgação



Um caminhão que o motorista pode dirigir com habilitação categoria B, sem restrição de circulação e que paga pedágio de automóvel. Esse é o Delivery Express, novo modelo da Volkswagen Caminhões que chega às concessionárias no começo do ano que vem.

Com o Express, a VW Caminhões entra no disputado mercado de 3,5 toneladas e chega para brigar com as caminhonetes Sprinter, Iveco e picapes com cabines avançadas. "A ideia é trazer clientes de outras marcas para cá", comentou Leonardo Siqueira, diretor de desenvolvimento do Produto da VW Caminhões.

O rodado simples na traseira traz o benefício da cobrança de pedágio no valor de um automóvel. Tem motor Cummins ISF de 2,8 litros com tecnologia de pós-tratamento de gases EGR, dispensando o Arla 32. Alcança 150 cv e um torque máximo de 360 Nm numa ampla faixa de rotações para garantir retomadas rápidas e agilidade nas entregas urbanas, com a melhor potência e torque da categoria.

O modelo foi totalmente desenvolvimento pelo departamento de engenharia da fábrica em Resende, interior do Rio de Janeiro. E integra a nova família de Delivery. A montadora preparou o lançamento de seis novos modelos, que serão apresentados oficialmente aos consumidores durante a 21ª Fenatran (Salão Internacional de Transporte Rodoviário de Cargas), realizado de 16 a 20 de outubro, em São Paulo. Mas a empresa fez uma avant-premier para jornalistas na semana passada, na fábrica em Resende.

A VW Caminhões investiu mais de R$ 1 bilhão nos novos integrantes da linha Delivery
A VW Caminhões investiu mais de R$ 1 bilhão nos novos integrantes da linha Delivery



Conceito
O Express foi pensado para ter as facilidades de um carro de passeio, com robustes de um caminhão de carga. A engenharia desenvolveu um set de airbags tanto para o motorista como para os passageiros. O airbag dos passageiros é o maior da América Latina, com 160 litros, e associado a cintos de segurança com pré-tensionadores entrega alto padrão de segurança aos ocupantes.

Apesar da primeira linha Delivery servir de base, o caminhão nasceu do zero e traz embarcado inovações em termos de conforto, ergonomia e dirigibilidade. Um estudo ergonômico traçou o perfil físico do motorista mundial. "A primeira grande inovação é que tivemos preocupação com o motorista. A cabine foi dimensionada para pessoas entre 1,55m e dois metros de altura", afirmou Leandro Siqueira, diretor de desenvolvimento de produto.

A nova cabine privilegia o conforto. Há regulagem de altura do banco e do volante, assim como a profundidade. Os assentos são feitos com tecidos de alta resistência e hidro-repelentes, que não mancham. O espaço permite a fácil circulação no interior do veículo. Ao reclinar o banco central, o motorista tem à mão uma mesa com porta-objetos, o que permite que a cabine se transforme em um escritório. No painel de instrumentos destaca-se o conceito modular, que permite ao operador organizar dispositivos como rádio, tacógrafo e equipamentos próprios de cada operação.

Cabine do 6.160, modelo que será lançado em dezembro
Cabine do 6.160, modelo que será lançado em dezembro | Foto: Divulgação



MERCADO
A VW Caminhões investiu mais de R$ 1 bilhão e cinco anos de pesquisas e desenvolvimentos dos novos integrantes da linha Delivery. Foi implantada uma linha de produção automatizada para a fabricação das novas cabines. O processo de solda é realizado por robôs.

Segundo dados da Fenabrave, a VW Caminhões é a segunda empresa em participação de mercado de caminhões leves e semi-leves (26,91%). Essa categoria (3,5 a 11 toneladas) representa 31% da produção da montadora e a projeção é de atingir 39% em 2030.

A nova família foi projetada no Brasil e atende os padrões internacionais de mercado. A marca manteve a base de sucesso da primeira linha Delivery e ouviu os clientes das mais de 100 mil unidades produzidas. São seis modelos Delivery: Express, 4.150, 6.160, 9.170, 11.180 e 13.180. Os primeiros a entrarem em produção são o 11.180 e 9.170, ainda este mês. Em dezembro, será a vez do modelo 6.160. Entre janeiro e fevereiro, começa a montagem do Express e, em março, será a vez do fortinho da família: o 13.180.

Menor custo de manutenção
A pesquisa realizada com os clientes mostrou que o motorista quer um veículo com manutenção acessível. Para atender a essa demanda, o caminhão foi projetado com rolamento unitalizado, que aumenta a vida útil; o motor foi instalado 300 milímetros mais para trás para facilitar o acesso e a manutenção.
As travessas do chassi são de alumínio, e o chassi, de aço mais nobre. O revestimento do teto da cabine é de fibra natural e plásticos com nanotecnologia. A embreagem é mais robusta, e o tanque de ureia, integrado com o tanque de combustível para redução de espaço e peso.
Nos modelos 3.5, quatro e seis toneladas, a suspensão dianteira é independente e as traseiras são parabólicas com molas mais leves para aumentar a durabilidade. "Ele foi pensado para atender a necessidade expressada pelo cliente, levando em consideração o custo operacional", disse Siqueira.
O Delivery Express e o 4.150 são equipados com o motor Cummins ISF de 2,8 litros, alcançam 150 cv e um torque máximo de 360 Nm numa ampla faixa de rotações para garantir retomadas rápidas, agilidade e menor consumo de combustível nas entregas urbanas. Para o Delivery 6.160, o motor também é o Cummins ISF, de 2,8l, mas desta vez com solução SCR para o pós-tratamento já tradicional em sua categoria. Sua potência chega a 160 cv e o torque máximo fica em 430 Nm. Os três não utilizam Arla 32 e vem com tecnologia EGL.
Os veículos de 9, 11 e 13 toneladas, por sua vez, estão com o Cummins ISF, de 3,8 litros e tecnologia SCR, com robustez ideal para cada aplicação. Os três registram o torque máximo em 600 Nm, variando a potência entre 165 e 175 cv. (A.M.P)