A experiência familiar na atividade agrícola foi uma base importante para o pesquisador Tumoru Sera, que atua no Iapar desde 1974. A perseverança para vencer as limitações do idioma, e as dificuldades em implantar lavouras numa terra recém-aberta, com restos de árvores, forjou a personalidade de Tumoru e de profissionais de descendência nipônica em diversas áreas.
  Os pais de Tumoru, Shige Kuwano Sera e Jitsu Sera, enfrentaram o rigor de desbravar uma região ainda pouco habitada e, embora sempre tivessem o desejo de retornar ao país de origem preparam os filhos para o futuro. Qualidades como a humildade e dedicação o pesquisador diz ter herdado dos pais. ‘‘Os japoneses e descendentes não gostam de ‘aparecer’ e o seu trabalho fica evidente nos resultados’’, diz.
  O pesquisador enumera avanços obtidos na sua área de atuação – o café. Mas sempre divide com colegas agrônomos, laboratoristas e estagiários o reconhecimento pelo sucesso de tecnologias como materiais resistentes a diversas doenças, resistência total ou parcial a nematóides, ferrugem, mancha aureolada, bicho mineiro, além de sistema de cultivo adensado, e dezenas de outras. ‘‘Sem o esforço e dedicação desse pessoal não poderíamos superar as dificuldades de falta de recursos financeiros e humanos’’, diz Sera.
  O fruto do trabalho nos campos experimentais das instituições brasileiras está nas pequenas e grandes propriedades e ao alcance dos consumidores. Além do café, freqüentemente chegam ao mercado produtos cultivados de forma racional, com redução do uso de defensivos, produtos com teores mais altos de nutrientes e que agradam o gostos dos consumidores, entre outras características. (R.C.) n