Barulhinho ruim
As campanhas eleitorais na Boca Maldita foram autorizadas. Assim, os candidatos aproveitam para abusar de panfletos, bandeiras e carros de som. A poluição sonora causada pelas músicas das campanhas traz problemas aos comerciantes do local. Cristiane Vaz e Jean Marcelo são atendentes de uma sorveteria que funciona na região. Aos sábados eles dizem que o movimento de carros de som é tão intenso que chega a atrapalhar o comércio. ''Tem gente que prefere não passar pela região da Boca Maldita pois não gosta do barulho'', conta Cristiane. Às vezes ela precisa perguntar três vezes a mesma coisa ao cliente pois o volume das músicas atrapalha o entendimento. Mas o incômodo não ocorre apenas no Centro.
Barulhinho bom
A estudante Gislaine Bressan trabalha com um pequeno caminhão de som. Às vezes ele chama mais a atenção pelo tamanho que pelo som emitido. Equipado com um som de carro e dois alto-falantes, ela oscila o volume dos jingles de um canditado a prefeito. Tem horas que aumenta o som, mas quando percebe que o humor dos lojistas se altera prefere diminuir um pouco. O carrinho de Gislaine toca apenas o refrão da música, o que torna bastante cansativo o trabalho. Gislaine se incomoda com o som alto que escuta no bairro Vista Alegre, região onde mora. Mas trabalho é trabalho e ela tem que se sujeitar a enfrentar a ira dos comerciantes. ''O que importa é passar a proposta de cada um''.