Rafael de Giovane Netto, da Garantinorte: entidades foram criadas para facilitar crédito de mais qualidade aos micros e pequenos empresários
Rafael de Giovane Netto, da Garantinorte: entidades foram criadas para facilitar crédito de mais qualidade aos micros e pequenos empresários | Foto: Saulo Ohara



De acordo com o Sebrae, no momento de capitar crédito junto a instituições financeiras tradicionais, a insuficiência de garantias satisfatórias por parte dos pequenos e médios empresários para receber o aporte é um dos grandes obstáculos, superando até mesmo a existência de restrições no SPC ou Serasa, por exemplo.

Uma das estratégias para facilitar todo esse trâmite são as chamadas Sociedades Garantidoras de Crédito (SGCs). Essas entidades de caráter privado possuem o intuito de complementar garantias exigidas aos associados nas operações de crédito junto ao sistema financeiro, ou seja, prestam garantias (aval ou fiança) nas operações de crédito de suas associadas com as instituições financeiras. O objetivo principal é a promoção da competitividade e desenvolvimento empresarial, por meio do acesso ao crédito e assessoria financeira para as empresas associadas. As SGCs vêm crescendo de forma gradativa, mas muitos ainda desconhecem esse trabalho.

O vice-presidente da Garantinorte, Rafael de Giovane Netto, relata que é um grande desafio se fazer reconhecido no mercado. Desde 2015, a SGC já realizou mais de R$ 20 milhões em operações, principalmente junto às cooperativas de crédito. Há dois anos, foram R$ 4 milhões liberados, em 2016 o salto foi para R$ 9 milhões e este ano a previsão é fechar em R$ 14 milhões. "Hoje estamos atendendo cerca de 400 empresas com um ticket médio de R$ 50 mil para cada uma delas."

A propensão dos pequenos empresários continua sendo para capital de giro, cerca de 60% a 70% dos negócios, em função da própria dificuldade que o mercado vive. "As linhas de investimento ainda estão retraídas. De qualquer forma, as SGCs foram criadas para facilitar um crédito de melhor qualidade para os micros e pequenos. Normalmente os bancos não têm muito interesse nessas operações, porque os custos são altos e os juros pouco adequados para o segmento", explica Netto.

À partir do momento que a SGC fornece a carta de crédito, o empresário consegue taxas de juros e prazos bem diferenciados, principalmente junto às cooperativas como Sicoob e Sicred. "Fazemos uma análise diferente do que o banco faz. Normalmente, essas instituições só trabalham se tiverem uma garantia e aval bons e não olham muito as formas de atuação dessa empresa. Nós levamos em consideração o período de atuação, a forma de trabalho, olhamos dentro da empresa", relata.

Na opinião do representante da Garantinorte, o empresariado desse porte deveria conhecer mais a fundo a área de crédito, facilitando a sobrevivência dos negócios. "Disponibilizamos inclusive duas horas de assessoria junto ao Sebrae gratuitamente, mas poucos usam. O nosso pequeno empresário precisar ter uma cultura de informação um pouco maior, mas não se interessam muito."

De qualquer forma, a expectativa é que a Garantinorte feche R$ 20 milhões em negócios para 2018. "No primeiro semestre de 2016, tivemos uma tendência de inadimplência um pouco mais forte, mas o mercado se corrigiu e já melhorou bastante. Queremos a partir de agora focar nas linhas de investimento, mas estamos aqui para atender todas as necessidades que surgirem por parte dos empresários."