Imagem ilustrativa da imagem Por uma indústria mais pujante



Acreditando que Londrina tem uma vocação natural para o setor de serviços, durante muito tempo as lideranças dos setores público e privado deram pouca importância ao desenvolvimento industrial do município. Nos últimos anos, há esforços concentrados para que este setor se desenvolva mais.
Mas, para o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Júlio Suzuki Júnior, Londrina não pode ser vista com "um espaço geográfico único", mas sob a ótica de região metropolitana. "Cambé e Ibiporã têm indústrias, especialmente na área metalmecânica. E Rolândia tem a indústria alimentícia", ressalta. Ele também aponta que o setor de serviços local é de alto valor agregado. "Estamos falando de medicina de ponta, de desenvolvimento de software e de ensino superior e não apenas de conserto de automóveis", declara.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, ressalta as características da indústria da região. "Os segmentos mais fortes são confecção e vestuário, produtos metalmecânicos, alimentos e bebidas, móveis e máquinas e equipamentos", enumera.
Para ele, outro destaque tem sido a indústria de Tecnologia da Informação (TI). "É um setor que se desenvolve muito com o apoio dos governos locais, do Estado e da União. E é uma indústria limpa", alega. Segundos os órgãos oficiais, TI não é indústria de transformação e sim serviços. Mas, o sindicato das empresas de softwares, o Sinfor, é filiado à Fiep. "Eles se sentem mais abrigados conosco que nos serviços", justifica.
Campagnolo não acredita que a distância do Porto de Paranaguá seja um dificultador para a indústria da região, como alegam empresários e o próprio governo do Estado. "O Norte do Paraná está muito próximo ao maior mercado consumidor do País (São Paulo). Essa é uma grande vantagem competitiva. Todas as águas convergem para Londrina."
O presidente da Fiep acredita que falta uma organização maior dos londrinenses para o desenvolvimento da indústria local. E ressalta que as crises políticas recentes na cidade atrapalharam o crescimento do município. "O Sudoeste do Paraná está muito longe do porto. É um local que você jamais imaginaria que iria ocorrer uma concentração tão grande de indústrias como existe hoje."

POLO DE ARAPONGAS
O polo moveleiro de Arapongas é um dos maiores destaques da indústria regional. Na área de abrangência do sindicato patronal do setor, o Sima, há mais de 1.000 indústrias, sendo 300 só em Arapongas. "Nosso polo abastece 10% do mercado nacional de móveis", afirma o presidente do Sima, Irineu Munhoz. Somente na cidade, a indústria gera 10 mil empregos diretos. A família dele possui duas empresas (a Caemmun e a Líder), que juntas oferecem 400 empregos e exportam para 30 países.
A crise tem afetado a indústria moveleira local, mas as perspectivas do setor, segundo ele, são boas. "Acreditamos que o mercado voltará a reagir e voltará à normalidade. Temos empresas pujantes que sempre investem em tecnologia."