"Dinheiro tem, o que falta é o empresário nos procurar", avisa Luiz Renato Hauly
"Dinheiro tem, o que falta é o empresário nos procurar", avisa Luiz Renato Hauly | Foto: Gustavo Carneiro



Quando o empresário de grande porte necessita de aporte financeiro para seu negócio, ele possui dentro de sua estrutura organizacional um "staff" para realizar tais transações e superar toda a burocracia que surge para capitar o recurso, seja de instituições financeiras públicas ou privadas. Mas quando se trata do empreendedor de menor porte, geralmente toda essa carga da capitação do dinheiro fica nas costas dele mesmo, que precisa vencer diversos obstáculos até que, de fato, o montante esteja disponível. E via de regra, esse dinheiro precisa vir rapidamente.

A Fomento Paraná - instituição do governo do Estado que visa fornecer apoio financeiro para iniciativas de modernização e ampliação das atividades de pequenas e médias empresas, além de micros e pequenos empreendedores - tem buscado ferramentas para romper com a burocracia "cancerosa" do Brasil e dificuldades desse nicho empresarial.

Recentemente, a entidade assinou os primeiros contratos para início das operações dos chamados "Correspondentes Fomento Paraná". Na nova parceria com associações comerciais e empresariais paranaenses, a Fomento pretende aumentar a capilaridade e expandir a oferta de crédito. Os correspondentes operacionalizarão financiamentos em valores a partir de R$ 20 mil até R$ 1,5 milhão, para empreendimentos de micro, pequeno e médio porte de empresas com faturamento bruto anual de até R$ 16 milhões.

Integram o primeiro grupo de Correspondentes Fomento Paraná 15 associações comerciais, que aprovadas em edital, enviaram funcionários para capacitação no Sebrae, em Curitiba. Entre as entidades, estão a Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Acim (Maringá), Aceibi (Ibiporã) e empresariais de Campo Largo (Acicla); Curitiba (ACP), entre outras. "Temos uma expectativa enorme para atender esse público, que é o nosso maior gargalo. O projeto, que demoramos dois anos para elaborar, acaba sendo um trabalho paralelo e de aprimoramento aos agentes de crédito", explica o economista Luiz Renato Oliveira Jorge Hauly, assessor da diretoria de mercado da Fomento Paraná.

Os agentes de crédito que Hauly se refere são funcionários disponibilizados por prefeituras, entidades filantrópicas e até mesmo associações comerciais que trabalham com o microcrédito até R$ 20 mil e outras duas linhas bem específicas da Fomento. "A maior parte da nossa carteira em volume de contratos é o microcrédito. Por meio desses agentes, é possível atender de forma bem eficiente os pequenos, pois essas entidades conhecem melhor a realidade local do empresários que necessitam desse tipo de recurso."

No ano passado, a Fomento Paraná fechou com uma carteira em crédito de R$ 270 milhões. Para o setor privado, essa carteira cresceu 1.500% em seis anos. São linhas de crédito com juros que variam de 0,6% a pouco mais de 2% ao mês, com dinheiro oriundo da própria Fomento e outras instituições, como BNDES e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), cada qual atuando com suas linhas específicas. "Dinheiro tem, o que falta é o empresário nos procurar. Por isso, fazemos rodadas de crédito, seminários e colocamos sempre as instituições financeiras em contato com eles."