A Tecnologia da Informação (TI) vem sendo apontada como atividade das mais promissoras em Londrina, a ponto de moldar uma nova identidade econômica para o município. Incluindo-se empresas de comercialização e assistência técnica, existem cerca de 440 estabelecimentos formalmente registrados na área. A cidade, inclusive, conta com um Arranjo Produtivo Local (APL) de TI e, como consequência, cresce a demanda por mão de obra qualificada.
Nacionalmente, o setor também esbanja fôlego, mesmo diante da crise econômica. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) mostram que o País emprega, atualmente, cerca de 1,3 milhão de profissionais de TI e, neste ano, o número deve aumentar em 30%.
Diante disso, surgem novos cursos de graduação na área e, a reboque, aumenta a oferta de pós-graduações. Desde cursos tradicionais, como Mestrado em Ciência da Computação, até inéditos, como Desenvolvimento para Dispositivos Móveis, são encontrados nas universidades locais. O atual presidente do APL, Luis Carlos Silva, vê a academia como essencial para o fortalecimento do ambiente inovador que vem sendo criado no município, ao lado de parceiros estratégicos.
"Nosso papel enquanto Arranjo Produtivo - junto com Sebrae, Codel - é criar um ambiente para que a inovação faça parte do nosso dia a dia. Como vamos ter inovação sem academia? A gente está começando a criar um termo na nossa região, um ecossistema de inovação, toda essa galera é fundamental para que esse ecossistema exista", defende o empresário, graduado e mestre em Engenharia Elétrica.
Embora o imediatismo impere na geração de profissionais que começa a chegar ao mercado e as evoluções na área tecnológica sejam quase diárias, Silva acredita que o conhecimento empírico careça de amparo teórico. Para ele, o profissional que deseja emplacar no mercado de TI precisa se qualificar.
"Tem coisas que estudei em 1995, na graduação, cuja tecnologia não é mais usada hoje, mas a teoria, a bagagem, ainda é útil", ressalta. Porém, o pró-reitor de pós-graduação da UEL, Amauri Alcindo Alfieri, ainda vê como tímida a procura por cursos de pós-graduação na área de TI, especialmente stricto sensu.
"No stricto, a grande maioria dos programas exige uma dedicação bem grande, que toma muito tempo do aluno. Na TI, o salário é relativamente bom e o máximo que podemos oferecer para o discente é uma bolsa de R$ 1.200 (mestrado) ou R$ 1.800 (doutorado). Em qualquer trabalho ele ganha muito mais que isso", afirma.
Com isso, segundo o pró-reitor, apenas o profissional que pretende atuar na academia procura por um mestrado ou doutorado. Já para os cursos lato sensu, quando as aulas acontecem na sexta-feira à noite e aos finais de semana, a procura é maior.
A UEL oferece especialização em Engenharia de Software e Banco de Dados, MBA em Gestão de Projetos de Software e de Redes e Mestrado em Ciência da Computação. As duas especializações estão com inscrições abertas.