O movimento dekassegui teve início no final dos anos 80 devido à falta de mão-de-obra operária no Japão, demanda criada pelo crescimento da economia e pela implantação de novos parques tecnológicos. O governo decidiu abrir oportunidades para os japoneses estabelecidos em outros Países, os chamados ‘‘isseis’’. ‘‘O trabalho era conhecido como 3K: sujo, pesado e perigoso e, por isso, os japoneses do Japão não queriam’’, afirma a pesquisadora Estela Okabayashi Fuzii.
  Como os isseis não preencheram todas as vagas, o governo japonês decidiu autorizar também o trabalho para os nisseis (filhos de japoneses). ‘‘Os bons resultados financeiros obtidos pelos isseis despertaram interesse dos nisseis e, além disso, muitos descendentes se decepcionaram com a política do então presidente Fernando Collor, que confiscou as poupanças’’, lembra. E foi justamente a união destes dois fatores que contribuiu para o aumento do número de dekasseguis.
  Segundo a pesquisadora, a emigração dos dekasseguis oscila conforme o comportamento das economias brasileira e japonesa. Este fator, diz ela, determina o aumento ou a redução dos trabalhadores. O próximo passo será a legalização dos yonseis (bisnetos dos imigrantes). ‘‘É o caso dos filhos que acompanham os pais nas viagens a trabalho, mas que não podem trabalhar por questões legais’’, informa. (F.M.)