Imagem ilustrativa da imagem Moinho poderá dobrar produção
| Foto: Ricardo Chicarelli
O Moinho Globo investe R$ 80 milhões na nova sede, onde estão sendo instalados equipamentos de última geração



Fundado em 1954 em Sertanópolis, o Moinho Globo é um exemplo da força da indústria alimentícia da região. A empresa se prepara para dar um grande passo. Em sua nova sede, que está em construção e deverá ficar pronta em janeiro, a capacidade produtiva da indústria de farinha será mais que o dobro da atual. Hoje, o Globo produz 450 toneladas/dia e poderá produzir 1.000 t.
De início, conforme explica o diretor presidente, Giancarlo Venturelli, serão 600 toneladas por dia. A indústria, que faturou R$ 200 milhões no ano passado, investe R$ 80 milhões na nova sede, onde estão sendo instalados equipamentos de última geração. A capacidade produtiva total da planta de 27 mil metros quadrados de área construída será atingida a partir de 2019, segundo o presidente.
Venturelli afirma que a crise econômica tem pouco impacto na empresa. "A indústria alimentícia de gêneros de primeira necessidades foi pouco afetada. Tivemos uma pequena queda de receita neste ano. Mas, em 2015, chegamos acrescer", conta. O moinho não demitiu nenhum dos seus 190 funcionários.
Embora tenha mais de 60 anos, a empresa segue familiar. E a quarta geração já está tomando conta dos negócios. Mas, segundo Venturelli, a gestão foi profissionalizada. "Colocamos executivos em papéis-chave. Também fizemos um trabalho de sucessão."
O moinho foi fundado por Ciro Venturelli, então proprietário da padaria Globo em Sertanópolis. De acordo com o presidente, o avô teve senso de oportunidade. "Faltava farinha para as panificadoras. O produto vinha de São Paulo. Ele decidiu montar um pequeno moinho para atender esse mercado." Na época, não havia trigo na região. Só café. "Meu avô trouxe sementes do Rio Grande do Sul e incentivou os produtores rurais a plantarem."
Nem tudo foram flores no caminho da empresa. Em 1967, o governo militar baixou o decreto 210, estabelecendo monopólio estatal do comércio do trigo. "Foram tempos difíceis. Os moinhos tinham cota. Para aumentar a produção, era preciso comprar cotas dos outros." A revogação do decreto ocorreu apenas em 1990, no governo Collor. (N.B.)