Manjushaka significa
flor branca
que cresce
no paraíso
e tem poder
de espantar
maus espíritos


Faltam poucos minutos para o show começar. Em um camarim improvisado, artistas ajoelhados, espelhos no chão, silêncio. Há pressa, mas não há bagunça. De cara, os jornalistas levam um ‘‘puxão de orelhas’’ porque não tiraram os calçados antes de entrar. O grupo de dança japonês Manjushaka capricha na produção.
  A platéia de 600 pessoas, quase toda formada por orientais, espera com ansiedade. Alguns chegaram duas horas antes do início do show, realizado na sede do Bunkyo do bairro da Liberdade, em São Paulo (SP). É a primeira vez do grupo, formado em 1995, no Brasil. A trupe, de 25 integrantes, já passou por países como Mongólia, Filipinas, Armênia, Mianmar e Rússia. O objetivo é transmitir paz. Segundo uma antiga lenda oriental, Manjushaka significa flor branca que cresce no paraíso e tem poder de espantar maus espíritos.
  Começa o show que vai durar duas horas, sem intervalo. Uma dança atrás da outra, leveza...
  Algumas danças acontecem no meio da platéia, que é convidada a todo instante a participar. Outras, no palco sob concentração. No final, quatro dragões que cospem fogo encerram o espetáculo com chave de ouro. Aplausos e discurso da fundadora do Manjushaka, uma japonesa que adotou o nome artístico de Mama Rosa.
  Em entrevista à FOLHA, Mama Rosa contou que trabalhava com moda e resolveu formar um grupo para fazer shows beneficentes depois de um encontro com Madre Teresa de Calcutá. ‘‘Ela me disse que não precisava ir à Índia para ajudar as pessoas. Havia muito a ser feito em outros lugares’’, resume. ‘‘Nos países onde as pessoas são esquecidas, machucadas, queremos ser a coragem para que niguém perca a força’’, completa.
  Na temporada brasileira, o grupo passou por seis cidades, entre elas Maringá e Bandeirantes, no Paraná. Todas as exibições foram gratuitas. n