Curitiba, cidade de 1,8 milhões de habitantes, às vezes parece mesmo uma província. Dia desses, logo que iniciaram os dias frios do inverno, eu estava voltando para casa do trabalho. Devia ser pouco depois das 20 horas e, no trajeto do ponto de ônibus até a minha casa (uns 400 metros), não vi passar nenhuma alma viva (nem morta, graças a Deus!).
  E pensar que, há alguns meses, neste horário, ainda estaria dia claro, começando a anoitecer. Mas naquele momento nem um carro, nem um latido de cachorro, nem uma luz de janela acesa. Tudo bem que meu bairro não é dos mais populosos e muito menos agitados, mas parecia que eram 4 horas da madrugada.
  Dias depois, estranhei uma nova cena. Sábado de noitinha, por volta das 21 horas e minha rua com apenas um carro estacionado. Domingo, três horas da tarde – nenhum carro! Onde foram parar as pessoas deste lugar? Em dias ‘‘normais’’, sempre vejo vizinhos entrando e saindo de suas casas, recebendo visitas, mas ultimamente tem momentos em que me sinto morando na Sibéria.
  Refletindo, cheguei a conclusão que o fator temperatura influencia muito. Curitibano não se acostuma com o frio. Nossas casas, comércios, restaurantes, consultórios médicos, academias, ônibus, etc, não são adaptados para as baixas temperaturas. Não temos nenhum costume ‘‘europeu’’ de programas típicos de inverno (com exceção das Noites de Sopas e Vinhos por aí). Tudo o que fazemos no friozinho gostoso é reclamar dele e ficar embaixo das cobertas vendo filme e tomando quentão de vinho. Não está na hora de algum ‘‘marketeiro’’ por aí mudar este abandono sazonal e pensar num jeito de aproveitarmos melhor esta estação – que tem durado uns bons quatro meses? Que tal?