A construção civil é um dos setores que mais resistem à inovação no país. Em Londrina, porém, os empresários começam a investir em novos sistemas, repensando métodos e lançando novos produtos cada dia mais antenados nas expectativas do consumidor, que é bem alta.

Para atender essa demanda, uma ferramenta que começa a ser usada com mais força no setor foi um dos assunto debatidos entre os painelistas do EncontrosFolha. Trata-se do BIM (Building Information Modeling) que oferece métodos mais eficazes para construção civil para auxiliar desde a concepção, criação e até a fase de uso pelo usuário, permitindo codificar os materiais empregados, bem como auxiliar na definição dos cronogramas da obra, um sucessor do Autocad. O sistema agrupa informações desde a compra do terreno até a colocação de itens como ar-condicionado, integra orçamentos e permite modificações de modo mais planejado.

Segundo o diretor da Plaenge, Alexandre Fabian, o BIM chegou com força nos últimos dois anos e começa a dar frutos. "Estamos com grupo de projetista trabalhando em BIM arquitetônico. São cinco projetos em Londrina e Curitiba. "Ele define o que não pode acontecer numa obra. O sistema calcula todas as trombadas, conflitos que seriam erros pequenos que poderiam ocorrer em obras e que a gente pode prevenir, como uma tubulação passando no meio de uma janela, por exemplo."

O diretor da Plaenge, Alexandre Fabian ressaltou que o BIM chegou com força nos últimos dois anos e começa a dar frutos
O diretor da Plaenge, Alexandre Fabian ressaltou que o BIM chegou com força nos últimos dois anos e começa a dar frutos | Foto: Saulo Ohara
Para Luis Carlos Moro Pires, diretor da Quadra, foco do trabalho está em pesquisas para identificar o que o consumidor procura
Para Luis Carlos Moro Pires, diretor da Quadra, foco do trabalho está em pesquisas para identificar o que o consumidor procura | Foto: Saulo Ohara
Leonardo Schibelsky, gerente de expansão da A.Yoshii: a consciência ambiental levou a investimentos em energia fotovoltaica
Leonardo Schibelsky, gerente de expansão da A.Yoshii: a consciência ambiental levou a investimentos em energia fotovoltaica | Foto: Fábio Alcover

O gerente de expansão da A.Yoshii, Leonardo Schibelsky, também informou que a mudança e investimento em tecnologia passam pelo BIM, pelo uso de drones, da internet das coisas e de novas técnicas de produção. "É fazer mais com menos recursos. Já tivemos períodos que exigiram que nos adaptássemos, como a falta de mão de obra, que foi suprida com aumento de tecnologia." Segundo ele, houve grande investimento por conta da consciência ambiental em energia fotovoltaica, aproveitando a radiação solar. "Ainda estamos investindo nos aplicativos com compartilhamento de bicicletas e até de camareiras que é uma tendência de comportamento."

Para diretor da Quadra Construtora, Luis Carlos Moro Pires, o grande desafio ainda é quebrar este bloqueio porque Londrina é um mercado bastante tradicional, com uma classe média exigente, que busca sempre produtos de qualidade. "Até hoje não conseguimos emplacar paredes de drywall e paredes de bloco de concreto são aceitas somente para empreendimentos de faixas menores." Entretanto, o empresário informa que o foco está no investimento de pesquisa para identificar o que o consumidor procura. "Estamos atrás dessa inovação para que traga benefícios, baixe o custo final da obra e aumente a rentabilidade das empresas" disse Pires.