A coisa não anda bem! Quando estava vivo, meu avô dizia que o mundo estava de cabeça para baixo. Alguns fatos contribuem para essa afirmativa. A bola da vez são os crimes passionais. Há uma semana, era a crise financeira. Há alguns meses, era o caso da menina jogada pela janela. Há um ano, era o aquecimento global. E amanhã? Talvez, mais algum avião caia, ou um terremoto atinja alguma cidade no mundo, ou ainda uma enchente possa atingir uma região, exigindo a transferência de todos os moradores. Um político, provavelmente, estará envolvido em algum escândalo, uma criança poderá ser morta, acidentalmente, uma chacina será realizada matando pessoas de baixa renda, ou uma nova doença vai aparecer.
Não é questão de ser pessimista, mas, sim, realista. É, apenas, verbalizar o que os outros pensam. Alguma coisa está fora da ordem. O que é possível fazer? Mesmo quem decide tomar iniciativa, não consegue ajuda. O Sindicato dos Jornalistas do Paraná participa de uma campanha de arrecadação de comida, cobertores e materiais de limpeza para enviar para as vítimas do furacão Ike e Gustav, no Caribe. Você sabe quantas pessoas doaram alguma coisa até agora? Apenas duas. A campanha segue até 30 de novembro.
A população está fora de ordem. Não sabemos mais os valores da convivência na civilização. As notícias não chocam. Apenas as mais bizarras. Imagine que os traficantes da região onde Eloá ficou presa com o seqüestrador reclamaram que estava difícil de comercializar "produtos", devido ao grande número de policiais no local. Isso me chocou muito mais que o próprio caso do seqüestro. Você não acha que o mundo está girando do lado errado? O que meu avô, que morreu há mais de 10 anos, iria dizer?