Imagem ilustrativa da imagem Exclusividade e conforto na composição de ambientes
| Foto: Fotos: Celso Pacheco
A antiga "sala de visitas" é totalmente dispensável nos dias de hoje. O espaço fica mais funcional com uma boa televisão e integrado com as áreas de jantar e gourmet
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A união de cores, texturas, móveis e objetos de decoração é que deixa o lar com a "cara" dos donos



Não há sensação mais gostosa do que chegar em casa após um exaustivo dia de trabalho e poder relaxar e curtir bons momentos com a família.
Por isso é tão importante investir na boa composição dos ambientes. A união de cores, texturas, móveis e objetos de decoração é que deixa o lar com a "cara" dos donos. E a tendência atual na arquitetura de interiores é personalizar os projetos, priorizar o conforto e valorizar as áreas de convivência.
Aquelas casas enormes idealizadas nas novelas, e pouco usáveis, ficaram no passado. A regra é pensar na funcionalidade. "O investimento em decoração não é pequeno, e só se paga se realmente tiver uso", afirma o arquiteto Marcelo Melhado. Segundo ele, espaços integrados e que dão a sensação de amplitude estão em alta. Vários elementos ajudam nessa proposta, como cores, texturas e transparências – vidros e espelhos. A iluminação é extremamente importante para o conforto. "O LED já é uma realidade, mas é preciso escolher as cores certas para cada ambiente. As lâmpadas não precisam ser todas brancas", avisa.
Os tapetes são excelentes acessórios na decoração, não apenas no inverno. Sintéticos e de fácil manutenção, eles contribuem para deixar os ambientes mais aconchegantes e delimitar espaços quando necessário. Podem ser usados até mesmo nas varandas. "Está aí outro item que a maioria das pessoas hoje sonha em ter. As varandas estão entre as áreas de convívio mais utilizadas por quem mora em casas térreas", afirma o arquiteto.
Na opinião de Melhado, a decoração precisa ser pensada para melhorar a vida das pessoas. "O morar é uma questão muito íntima. Por isso, os donos têm que se relacionar muito bem com o espaço." O arquiteto recomenda que a escolha de cores e móveis siga uma linha atemporal. "Não podemos, daqui a dois anos, dizer que a casa saiu de moda", justifica. O toque pessoal nos ambientes fica por conta do papel de parede, cortinas, vasos, tapetes, almofadas, quadros. São elementos capazes de promover grandes transformações nos espaços e que podem ser facilmente substituídos sem grandes prejuízos.

NOVIDADES DAS PRINCIPAIS FEIRAS
O arquiteto Caco Piacenti acompanha as novidades do design e decoração principalmente pelo Salone del Mobile – Salão do Móvel, em português -, realizado em Milão, na Itália, e pela Casa Cor, em São Paulo. Segundo ele, entre as tendências apresentadas neste ano estão cores claras e ambientes cada vez menores. "Vimos o uso de cores dessaturadas, mais tranquilas, tanto em paredes, como em revestimentos e móveis", aponta. Piacenti ressalta que o papel de parede tem sido muito utilizado na decoração, principalmente aquele com textura, assim como peças de cimento natural e com desenhos geométricos.
Ele lembra também que aquela antiga "sala de visitas", muito comum na maioria das residências antigas, é totalmente dispensável nos dias de hoje. "O que costumamos propor é uma sala com uma boa televisão e que tenha ligação com as áreas de jantar e gourmet", explica. É interessante que o espaço da churrasqueira também fique integrado com esses outros ambientes de convivência. O objetivo, segundo o arquiteto, é aproximar cada vez mais as pessoas.
Os quartos estão mais confortáveis e tecnológicos. Piacenti cita que as pessoas têm buscado a praticidade oferecida pela automação. Do trabalho é possível encher a banheira e preparar um banho relaxante antes mesmo de chegar em casa, segundo ele. Abrir as cortinas e ligar o rádio com apenas um clique são outros comandos possíveis. "O que antes era praticamente inalcançável para uma maioria, hoje está presente em quase todos os meus projetos." Mas nem tudo é para todos. Por isso, a dica para quem não pode contratar os serviços de um profissional na hora de decorar a casa continua a mesma: "menos é mais". Apostar no básico é garantia de acerto.

PROJETOS EXCLUSIVOS
O arquiteto e professor da disciplina de Projetos de Interiores do curso de Arquitetura e Urbanismo da UniFil, Alessandro Souza Cavalcanti, diz que aqueles projetos de decoração "engessados" ficaram para trás. "Não seguimos mais modismos. Avaliamos as necessidades dos moradores e definimos uma linha de trabalho personalizada", confirma. Segundo ele, o trabalho do arquiteto ficou mais democrático e, por conta disso, o profissional precisa estudar cada vez mais.
Cavalcanti destaca também a importância da sustentabilidade nos projetos atuais. As pessoas estão mais conscientes e têm preferido os móveis certificados – que não degradam as florestas com a extração da madeira – e o melhor aproveitamento dos recursos naturais. O fato de a população estar mais informada, de acordo com o professor, permite a troca de conhecimentos entre cliente e profissional na hora de pensar nos ambientes da casa. "E isso é ótimo para deixar os projetos cada vez mais exclusivos."