Para o superintendente do Grupo Folha, é imperativo debater profundamente a ética nas empresas e incorporá-la em seu no dia a dia como ferramenta para a  sustentabilidade
Para o superintendente do Grupo Folha, é imperativo debater profundamente a ética nas empresas e incorporá-la em seu no dia a dia como ferramenta para a sustentabilidade | Foto: Gustavo Carneiro/29-07-2016



O EncontrosFolha chega a sua oitava edição consolidado como um espaço de debate de temas relevantes para o desenvolvimento do Paraná. O evento, que ocorre três vezes ao ano desde 2014, traz como tema de seu primeiro encontro de 2017 a "Transparência e a ética nas empresas: Reflexos da Lava Jato".

Nesses três anos, o EncontrosFolha abordou temas como logística, sustentabilidade empresarial, os gargalos do agronegócio, qualificação da mão de obra, competitividade, tecnologia. A primeira edição realizada em junho de 2014 trouxe os "Desafios do Brasil para 2015". "Temos conseguido não só discutir temas relevantes como obtido resultados específicos sobre essas discussões. É isso que faz o EncontrosFolha ser muito valorizado pela população em geral. Hoje, temos demandas específicas para ampliarmos para outras regiões no interior do Estado", afirmou José Nicolás Mejía, superintendente do Grupo Folha.

Mejía enfatizou que as edições anteriores provocaram reflexões importantes. E, como destaca, o EncontrosFolha não acaba junto com o evento, as propostas e discussões continuam sendo pautadas dentro dos distintos veículos do grupo, assim como muitas vezes essas discussões são incorporadas em diferentes entidades conseguindo com isto um alcance muito significativo para o desenvolvimento da região.

Para esta oitava edição, o Grupo Folha, com patrocínio da Vectra Construtora e Isae/FGV, reunirá no dia 22 de março, um time de peso para debater o assunto. A palestra principal será ministrada pelo professor doutor da Isae/FGV, Antônio Raimundo. E contará como painelistas o procurador regional da República e membro da força-tarefa da Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima; o advogado com atuação na Lava Jato, Marlus Arns; e o diretor da Construtora Plaenge, Alexandre Fabian.

O escândalo da Lava Jato fez muitas empresas brasileiras "importarem" o conceito de compliance, termo inglês que significa estar em conformidade com as leis. O compliance ganhou importância com a aprovação da chamada "lei anticorrupção", em 2014, que prevê a responsabilização da empresa em atos contra a administração pública e não apenas dos funcionários.

Um levantamento recente realizado pela consultoria de gestão de riscos ICTS aponta que 46,9% empresas brasileira não estão preparadas para cumprir a Lei Anticorrupção, ou seja, agir em sintonia com as regras e arraigar isso dentro da empresa ainda é um grande desafio.
Segundo o professor de ética empresarial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Antônio Raimundo, exemplos negativos de empresas envolvidas em grandes escândalos, como a Operação Lava Jato, chamaram a atenção para a importância de se valorizar as iniciativas de controle interno. "As grandes empresas hoje têm mais cuidado com isso, porque elas sabem o potencial de risco em não estar em conformidade com a lei, não ser justa, transparente, digna", disse.

O superintendente do Grupo Folha ressaltou que a "ética e transparência será sempre um tema importante, seja no âmbito profissional ou pessoal, mas no momento atual que estamos passando no Brasil com a Lava Jato, consideramos que é imperativo debater profundamente o tema e incorporar isto no dia a dia das empresas para ajudar na sua sustentabilidade".

O conceito de compliance é antigo, apesar do termo ser novo no País, e está incorporado no DNA do Grupo Folha que sempre se preocupou em seguir a lei, os regulamentos do setor e os valores internos da empresa. "A questão agora é implantar processos formais de controle que garantam o comportamento idôneo da empresa e de todos seus colaboradores", disse Mejía. (Colaboraram Celso Felizardo e Victor Lopes)

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