Durante os debates, painelistas confirmaram otimismo do mercado e expectativa com novo governo
Durante os debates, painelistas confirmaram otimismo do mercado e expectativa com novo governo | Foto: Fábio Alcover

Empresários e incorporadores estão otimistas com retomada da construção civil no Norte do Paraná. Os painelistas que participaram do 13º EncontrosFolha na última quinta-feira (14) trabalham com perspectiva de crescimento neste mercado com novos lançamentos para este ano. Há também promessa de uma retomada rápida de empregos neste setor. Somente em janeiro de 2019, foram criadas 106 novas vagas na construção civil em Londrina, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Em 2018, o município terminou o ano com saldo negativo de 435 vagas no setor.

Segundo o diretor presidente da Quadra Construtora, Luis Carlos Moro Pires, a procura por imóvel aumentou significativamente em 2019. "Os negócios fechados ainda estão um pouco aquém, mas já sentimos um aumento significativo na procura. As pessoas ainda esperam as medidas deste novo governo de Jair Bolsonaro (PSL)".

O diretor da Plaenge, Alexandre Fabian, também prevê que a Reforma da Previdência em trâmite no Congresso seja o termômetro para a economia. "Depois de todo o desgaste do antigo governo, criou-se esse clima positivo no mercado."

Segundo Leonardo Schibelsky, gerente de Expansão da A.Yoshii Engenharia, a confiança dos consumidores cresceu a partir de outubro de 2018, após período eleitoral. "Para adquirir um imóvel o consumidor estava preocupado com a saúde da empresa e a manutenção do emprego. Mas agora há mais segurança." Já quanto a retomada de empregos na construção civil, Schibelsky disse que o mercado trabalha com perspectiva. "A gente está naquele momento do ciclo: terminando a entrega das obras e começando a lançar." Em relação à mão de obra, ele ressalta que as construtoras precisam se adaptar aos solavancos da economia. "Temos essa capacidade de encolher rápido e retomar rápido as contratações."

INFLUÊNCIA DO AGRONEGÓCIO

Para Fabian, o mercado imobiliário de Londrina não sofreu impacto maior na recessão porque o agronegócio puxou para cima os negócios. "Nós que atuamos em outras regiões vimos que Londrina manteve um patamar melhor que em outros estados."

Segundo Pires, as boas safras trazem bons resultados para o setor. "Não temos uma base industrial forte, por isso o agronegócio é fundamental." O empresário ressaltou ainda que os setores educacional e de saúde também aquecem o mercado imobiliário e a construção civil. "As universidades e o setor de saúde são significativos e geram negócios para a construção civil. Londrina tem uma classe média forte", ressaltou.

Schibelsky também considera que o impacto causado nos anos de crise (entre 2015 e 2018) foi menor na economia local graças ao resultado da agropecuária. "Pelo país, outras empresas foram bastante afetadas. O agronegócio compensou, foi o motor que puxou a economia. Fez com que a gente sofresse menos."