Guilherme Afif Domingos, do Sebrae, defende a criação de alternativas para os pequenos negócios: "Os bancos são grandes demais para atender os pequenos"
Guilherme Afif Domingos, do Sebrae, defende a criação de alternativas para os pequenos negócios: "Os bancos são grandes demais para atender os pequenos" | Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil



Uma pesquisa divulgada pelo Sebrae recentemente traz um sinal de alerta quando se trata da captação de crédito por pequenos empresários do País: 84% dos negócios de menor porte não realizaram empréstimos no último semestre e 49% deles jamais conseguiu financiamento como PJ (pessoa jurídica).

Mais do que isso: mesmo que o BNDES seja a principal ferramenta de concessão de crédito para as micros e pequenas empresas, 80% delas nunca acessaram uma linha de financiamento do banco estatal de fomento. Os entraves, segundo a pesquisa, são as elevadas taxas de juros(48%), falta de garantias reais(20%) e falta de avalista/fiador(16%).

De acordo com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, a solução desse problema passa pelo crescimento das fintechs (startups que atuam no setor financeiro) e pela criação da ESC (Empresa Simples de Crédito), que devem aumentar a concorrência na concessão de empréstimos e facilitar crédito para os pequenos negócio. Afif ressalta que é necessário criar alternativas para enfrentar a grande concentração no sistema financeiro nacional. "Os bancos são grandes demais para atender os pequenos."

Por outro lado, é preciso salientar que muitas vezes o empresário desconhece as linhas de crédito oferecidas. As cooperativas de crédito têm feito um papel importante nesse sentido, trazendo inclusive muitas soluções para este segmento empresarial. Nesta edição do EncontrosFolha, o Sicredi participa apontando este leque de opções.

SICREDI
A gerente de desenvolvimento de negócios do Sicredi União, Eliane Beton, relata que tal público pode acessar todas as linhas de crédito para PJ da cooperativa. São mais de 20: capital de giro, giro fácil, desconto fácil (antecipação de cheques, antecipação de duplicatas), antecipação de cartões, rotativo fácil, capital de giro 13º Salário, crédito com garantia de aplicação financeira, crédito com garantia de imóvel, investimento empresarial, financiamento para energia solar, aquisição de máquinas e equipamentos, financiamento de veículos, dentre outras.

"As mais procuradas são as linhas de capital de giro que oferecem um prazo de até 36 parcelas; antecipação de cartões até 360 dias; cheques e duplicatas até 180 dias; crédito rotativo - que é um limite à disposição para suprir temporariamente o fluxo de caixa – e o BNDES giro, com taxa de juros subsidiadas com prazo alongado e carência de até 24 meses. As taxas de juros passam pelo sistema de precificação, o qual leva em consideração as reciprocidades da conta para formatar a taxa final", explica Beton.

Vale dizer que a Sicredi também possui convênio com as SGC (Sociedades Garantidoras de Crédito) da região. Elas viabilizam ao empresário condições de crédito mais acessíveis, por oferecer garantia real às instituições financeiras conveniadas caso o empresário não possua. "Isso tem feito a diferença na vida das empresas. Por este convênio oferecemos taxas juros especiais para as que apresentam a carta garantia das SGC."

Por fim, Beton relata que os gerentes de conta da cooperativa "prestam consultoria financeira ao empresário/associado Sicredi explicando e detalhando as linhas de crédito que melhor atendem a demanda deles, como por exemplo: linhas disponíveis, prazo, carência, taxa de juros, simulação de parcelas dentre outros."