Uma ou duas horas de estudos semanais. Aulas esporádicas para cumprir a grade escolar ou, até mesmo, frequentar uma escola de idiomas. Quem já precisou falar com um nativo de outra língua sabe que para conseguir se comunicar de forma assertiva é preciso mais do que o básico. É preciso vivenciar de fato situações em outras línguas para ser considerado fluente. Para atender à essa necessidade de desenvoltura em outro idioma, escolas em Londrina investem cada vez mais em programas pedagógicos bilíngues.

É o caso da St. James´ International School. Há 20 anos os alunos aprendem disciplinas próprias ao programa curricular brasileiro e, também, disciplinas do currículo de escolas americanas e inglesas. "Somos pioneiros em oferecer conteúdo bilíngue em Londrina. Desde o Ensino Infantil, nossos alunos aprendem de forma natural o conteúdo exigido em outros países", explica Márcia Kobayashi, diretora geral da St. James.

Ela afirma que a partir do Ensino Fundamental, pais e os alunos podem optar somente pelo conteúdo do Brasil, mas que a maioria escolhe investir no conhecimento mais amplo. "Quando falamos em conteúdo bilíngue não quer dizer que o que o estudante aprende na grade brasileira será traduzida em outro idioma. São conteúdos diferentes. Além de preparar para os melhores vestibulares do Brasil, com as materiais tradicionais daqui, o aluno terá ciência, matemática, literatura e oratória, disciplinas próprias para ser aceito por universidades no exterior." Segundo Márcia, atualmente 60 estudantes da St. James cursam ensino médio e faculdades em outros países. "O que é interessante é que o currículo bilíngue abre um leque de opções para os alunos. Eles são preparados com excelência para seguir o caminho que escolherem."

É o que acredita também o relações públicas do Colégio Máxi, o professor Virgílio Tomazetti. Há três anos, a instituição oferece o programa de High School para alunos a partir do 9º ano do Ensino Fundamental. "O estudante que opta por fazer o High School tem uma carga horária mais extensa. Isso é necessário porque ele terá de cumprir programas pedagógicos diferentes, um exigido no Brasil e outro no exterior." Mas Tomazetti alerta que para ser aceito, o aluno precisa estar bem preparado. "Ele tem que ter nota média mínima sete, porque é isso que é exigido pelas instituições lá fora."

O professor defende que a consciência dessa exigência é importante porque é o bom desempenho do aluno que lhe dará condições para concorrer a bolsas de estudos em mais de quatro mil instituições de Ensino Superior somente nos Estados Unidos, por exemplo. Lá as notas dos alunos ao longo da sua vida escolar são consideradas para o ingresso na faculdade. Tomazetti ressalta ainda que além de preparar para a vivência em outros países, o High School é um diferencial para cursos de excelência no Brasil. "Há instituições, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que já ministram alguns conteúdos exclusivamente em inglês. No curso de Medicina, por exemplo, o aluno que não for fluente no idioma terá sérias dificuldades para acompanhar a grade curricular."

Imagem ilustrativa da imagem Conteúdo bilíngue sem mistérios
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Além do inglês, aulas de alemão
Outra possibilidade para os pais e alunos londrinenses é a capacitação em três línguas diferentes. É o que oferece o Colégio Mãe de Deus. Além do português e inglês, a instituição tem em sua grade curricular obrigatória o ensino do alemão. "A escolha desta terceira língua está muito ligada à nossa origem alemã. O Instituto Secular das Irmãs Maria de Schoenstatt foi convidado pela Companhia Norte do Paraná a vir para Londrina e estabelecer a primeira escola da cidade, em 1936. Foi graças a essa origem, que a nossa escola foi a responsável por estabelecer o primeiro teatro e o primeiro coral de Londrina, por exemplo. Algo muito valorizado na cultura alemã", conta a gestora administrativa, irmã Rosa Maria Ruthes.

A professora de alemão e coordenadora de línguas do colégio, Andrea Sanches Sinck, afirma que o ensino do idioma germânico se dá pela parceria que o Mãe de Deus tem com o Goethe Institut, ligado ao Ministério da Cultura Alemã. "Além do material didático original no idioma, essa parceria nos permite o investimento em diversos programas culturais, capacitação de professores e programa de intercâmbio para os alunos", explica.

Irmã Rosa Maria conta que o colégio passa por um momento de transição, em que busca oferecer todo o programa de uma escola certificadamente internacional. "Já oferecemos aos nossos alunos o ensino dos idiomas com a certificação do Goethe Institut, para a língua alemã, e da Universidade de Cambridge, para o inglês. Estamos em um trabalho contínuo de oferecer a vivência dos alunos nessas línguas, além do português. É um processo que exige o cumprimento de várias etapas, mas em breve podermos oferecer mais esse diferencial", garante a gestora.