A escolha de um curso de pós-graduação, seja lato ou stricto sensu, deve respeitar algumas variáveis, dentre elas, a aptidão pessoal. Não se pode esquecer, no entanto, de observar as necessidades de mercado e a coerência do curso com a atividade profissional desempenhada. Cientes de que conhecimento agregado significa maior competitividade, empresas com planos de carreira estruturados adotam o estímulo à educação continuada como benefício aos funcionários.
Na Bemis, fabricante de embalagens com sede em Londrina, o subsídio existe há pelo menos 15 anos e varia entre 5% e 80% para cursos de graduação, pós-graduação, MBA e idiomas. Gesiel Batista, diretor de Recursos Humanos da Bemis Latin America, explica os critérios adotados para a concessão do patrocínio.
"Os critérios são o gestor direto do funcionário aprovar o curso; este ser útil para as atividades desenvolvidas pelo funcionário no cargo atual ou nos próximos 12 meses; o setor do funcionário ter orçamento e não haver reprovação e excesso de faltas em nenhuma disciplina para a manutenção do patrocínio em graduação e pós-graduação", elenca.
Desde o início da política, 330 funcionários da companhia já foram beneficiados, apenas no nível de pós-graduação. O resultado é uma sensação de valorização do capital humano, como atesta o supervisor de processos industriais da empresa, Junior Souza de Oliveira, de 29 anos. Graduado em Engenharia Elétrica e de Telecomunicações, ele está prestes a concluir a primeira pós-graduação, um MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
"A própria empresa fornece, semestralmente, as opções e algumas instituições credenciadas. Eu escolhi o curso para atender melhor às mudanças previstas pela empresa, que planejava a instalação de novas máquinas e, consequentemente, novos processos", conta. Oliveira diz que não teria como bancar o curso por conta própria quando surgiu a oportunidade do patrocínio. Ele conta que o MBA acabou por auxiliá-lo no cargo de gestor e nos planos para o futuro, quando pretende atuar na área de consultoria. E já planeja a segunda especialização.
"Pretendo fazer Gestão Empresarial, porque abre para uma visão da empresa como um todo", ressalta. Para ele, políticas como a adotada pela Bemis mostram "valorização do capital humano".

Resultados
A construtora A.Yoshii implantou há 21 anos a política de incentivo à educação continuada de seus funcionários. Os patrocínios ou parcerias variam conforme o nível educacional, como explica o diretor de RH do grupo, Aparecido Siqueira.
"A política é adotada para setores administrativos e de engenharia. Para o setor operacional de obra temos uma parceria com as várias instituições de ensino de Londrina que concedem aos trabalhadores de 5% a 15% de desconto na matrícula e nas mensalidades para graduação. O projeto de alfabetização é subsidiado 100% pela empresa", detalha.
Para os cursos de pós-graduação o subsídio é fixo em 50% e varia de 10% a 50% para os de idiomas. O auxílio também se dá por meio da flexibilização da carga horária.
"No momento, temos um colaborador fazendo mestrado na UEL, onde, de maneira flexível, o grupo colabora para que possa desempenhar as suas funções diárias", comenta Siqueira. Desde o início da implantação do benefício, a A.Yoshii vem sentindo os reflexos positivos da política, como funcionários mais engajados e com capacidade de criação e inovação nos processos de trabalho.

Imagem ilustrativa da imagem Capital humano valorizado
| Foto: Saulo Ohara
O supervisor Junior de Oliveira contou com subsídio de 50% a 70% para o MBA em Gerenciamento de Projetos