No ano passado, os curitibanos reportaram mais de 8 mil casos de mordeduras e arranhões que podem ser de cães, gatos, etc. Mas, muitos outros animais também causam transtornos para a população. Foram notificados 20 casos de toxoplasmose em gestantes, 3.802 ataques de animais peçonhentos, 15 de serpentes, 3.130 de aranhas (2.676 por aranha marrom), três de escorpião, 102 de lagartas (nenhuma lonomia), 169 de abelhas, 69 de outros (formigas,insetos) e 314 de agressor ignorado.

Segundo o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses e Vetores, da Secretaria Municipal de Saúde, Juliano Ribeiro, os bichos que mais trazem ''problemas'' para os curitibanos são pombos, morcegos, ratos, lagartas e, a velha conhecida de todos, aranha-marrom.

Pombos

Os pombos são alvos de reclamação por causa da sujeira que deixam por onde passam. Mas eles podem carregar doenças como a histoplasmose e a criptococose, transmitida por um fungo encontrado nas fezes do bicho. A orientação para se livrar das aves é impedir o pouso do animal na casa ou edifício e evitar dar ou deixar alimentos em locais abertos.

Morcego

O morcego carrega o mito de pertencer às trevas, mas na verdade é um animal importante para controle de insetos (80% da população de morcegos de Curitiba é de insetívoros) e são um dos principais agentes polinizadores. ''Se existe uma colônia de morcegos no forro de uma casa, o desalojamento é feito aos poucos. A nossa maior preocupação com relação aos morcegos é a transmissão de raiva, mas o morcego nunca ataca humanos e pode parecer estar numa situação de ataque apenas quando precisa se defender'', explica Ribeiro.

Em Curitiba, existem 21 espécies de morcegos. O Centro de Controle de Zoonoses e Vetores passa as orientações àqueles que encontram um animal destes em casa. ''Mas, se a pessoa encontrar um morcego caído no quintal, por exemplo, nós temos uma equipe que vai até o local cuidar da situação'', avisa.

Ratos

Os ratos são ''pragas'' conhecidas em praticamente toda grande cidade. Por serem animais generalistas - que comem de tudo - e de reprodução muito rápida - a gestação dura cerca de um mês e nascem de oito a 12 filhotes a cada cria - é comum encontrar ratos nas casas de todos os bairros da cidade. Segundo Ribeiro, existe um trabalho de combate em pontos prioritários, onde há alagamentos ou esgosto a céu aberto.

A leptospirose é transimitida através do contato da urina do rato com a pele. Após a constatação de um caso da doença, é feita uma vistoria num raio de 300 metros do local de origem onde ocorreu a infecção. Como os primeiros sintomas da doença se assemelham aos de uma gripe, muitas vezes só é descoberta a infecção tardiamente. Em 2007, Curitiba registrou 154 casos da doença.

E quando encontrar um roedor indesejável, ou os seus rastros, pela casa? ''Como os ratos são atraídos pelo alimento disponível, a recomendação para evitá-los é tomar pequenos cuidados como não deixar a comida do animal de estimação ou mesmo o lixo de fora durante a noite'', orienta.

Lagarta

Os acidentes com a lagarta lonomia, de cerca de seis centímetros, são comuns em Tijucas do Sul, mas, neste ano, o Centro de Controle de Zoonoses encontrou um ponto em Curitiba com 15 lagartas desta espécie. A queimadura da lonomia pode levar a pessoa à morte pela exposição ao veneno que contém uma toxina que pode impedir a coagulação do sangue, provocando uma hemorragia.

O cuidado e a atenção são as formas mais eficazes de prevenção contra os acidentes. Olhar atentamente para os troncos e folhas para identificar a presença de casulos, folhas roídas ou até mesmo fezes do inseto.

Gambás

Mesmo não transmitindo doenças, o aparecimento de um gambá nas residências incomoda. Às vezes confundido com uma ratazana quando aparece nos forros das casas, a melhor forma de evitar o aparecimento destes animais de hábitos noturnos é fechar o acesso às casas e edifícios. E para retirar este, ou qualquer outro animal silvestre - que vive naturalmente fora do cativeiro - protegidos pela Lei de Proteção a Fauna, é preciso requerer uma autorização do Ibama. Eles são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha. (M.R.M)