A nova perspectiva de fixação no Brasil após a Segunda Guerra também fez Takeshi Oishi, hoje com 86 anos, vender as terras que tinha adquirido no interior de São Paulo na década de 30 para instalar-se definitivamente em Paranaguá, em 1955.
  Pouco antes, em 1953, a irmã viúva (o marido dela morreu em combate) e os sobrinhos também haviam entrado no Brasil como imigrantes por incentivo de Oishi. ‘‘Aqui espaço não falta, comida não falta’’, dizia ele, segundo um de seus sobrinhos, Jiro Massuda, que chegou ao Ocidente com 13 anos. ‘‘O sítio ficava no interior, não tinha escola muito boa. Além disso, o algodão usava muito veneno. Era o momento certo para vender a fazenda. E com esse dinheiro ele veio para Paranaguᒒ, conta Massuda, que atua como intérprete porque o tio
quase não fala português.
  Por outro lado, em seu idioma Oishi é um grande poeta. ‘‘O que não aprendi na escola, aprendi através da biblioteca do tio e hoje posso lecionar (japonês) para as crianças’’, afirma Massuda. (D.R.)