Neymar, com a bola nos pés, é um monstro, que vai ficar para a história como um dos maiores, que vai certamente conquistar a tão sonhada Bola de Ouro e tudo mais que almeja. É inspiração para gerações de garotos que sonham em ser jogador de futebol. E suas atitudes resumem bem o que são as novas gerações de jogadores. A geração das chuteiras coloridas, do corpo coberto de tatuagem e dos cabelos ridículos riscou uma palavra do vocabulário e uma palavra muito importante em qualquer segmento de atuação: respeito. Esse batalhão que os segue e os copia, leva também para si essa falta de respeito com a história dos outros.

Antigamente, o garoto chegava no time ou na firma e procurava aprender com o cara mais experiente com quem trabalharia, o ouviria. Hoje não. Aquela frase clássica de boleiro "respeita minha história", nunca coube tão bem como nos tempos atuais. É preciso respeitar mais as histórias individuais de quem batalhou muito para as escrever e não colocar seu ego acima delas.

Neymar chegou ontem ao PSG com a obsessão de ser o melhor do mundo, o artilheiro, o mais bonito, o mais cheiroso, o mais pica da galáxia. Porém, lá já havia um cara que tinha uma história dentro do clube. Há quase dois anos, era ele o batedor de pênaltis e faltas do time, era ele a referência no ataque, o cara dos gols, o jogador que o rival ia encarar diferente, o cara que ganhava os jogos para o PSG. Cavani poderia sim ter deixado Neymar bater pênaltis e tudo mais, mas o brasileiro soube respeitar a história do uruguaio e conseguir isso de forma amistosa?

Neymar é aquele moleque mimado que não sabe ouvir não, que precisa estar sempre no centro das atenções, que paga um monte de "parça" para serem seus melhores amigos. Mostrou mais uma vez isso ao responder à negativa de Cavani com a decisão de deixar de seguir o colega de time no Instagram. Nem meu filho de 11 anos, nem minha filha de 5 fariam isso. Tite o havia domado na seleção, mas na partida diante do Equador teve uma recaída. Jogou exclusivamente para si, fominha, irritado e agressivo porque não conseguiu fazer nada. Lembrou o Neymar da época de Dunga, que fazia de tudo para pegar uma suspensãozinha e entrar no jatinho que coincidentemente o esperava e partir para alguma balada com os "parças". Neymar, está na hora de entrar na vida adulta.