Não sou flamenguista, que fique bem claro. Mas que foi lindo, emocionante ver o Maracanã na noite de quarta, ah foi. Isso é futebol. E eu não digo o jogo em si, em campo. Digo o clima, o espetáculo como um todo, o casamento entre torcedores e jogadores, a união das paixões e emoções.

Maracanã já emociona por si só. Coloque nele milhares de torcedores fanáticos e empolgados, fazendo festa, empurrando um time. Muitas crianças, mulheres, muita gente de verdade exalando sua adrenalina, suas emoções, seu orgulho ali naquelas arquibancadas, hoje desfiguradas para atender ao "padrão Fifa" ou "futebol moderno".

Imagina você em campo vendo toda essa gente te empurrando. Impossível não se contagiar, impossível tocar a bola de lado apenas, esperando o tempo passar para poder botar o fone no ouvido e vazar logo daquele "compromisso".


Uma força dessa vindo do lado de fora do campo faz o cara suar sangue, faz a bola virar um prato de comida, faz um Berrío tentar e conseguir um drible daquele, de deixar os milhões que acompanhavam o jogo pelo mundão a fora de boca aberta, de virar o principal assunto da manhã de quinta-feira nas rodas do trabalho ou da escola, de fazer flamenguistas e todos os outros torcedores tirarem o chapéu para uma jogada que mistura talento, ousadia, malandragem e coragem num lance só, algo tão raro no burocrático futebol jogado por aqui.

Por mais estádios cheios de torcedores vibrantes, por mais jogos quentes, por mais ousadia e alegria, por mais Berríos, por mais futebol e por menos burocracia com a bola nos pés.