Quando me contaram eu não acreditei, mas era verdade. Vi com meus olhos. Um petista de alta patente qualificou de "memorável" a decisão de libertar o goleiro Bruno, condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato e ocultamento de cadáver de Eliza Samudio. Na opinião do petista, o despacho do ministro Marco Aurélio, do STF, abre caminho para a soltura dos presos da Lava Jato, entre eles os petistas José Dirceu, Antonio Palocci e João Vaccari.

Realmente é memorável a visão que a liderança petista possui sobre a Justiça e a lei. Pouco importa que a libertação de Bruno tenha indignado o país inteiro; pouco importam requintes de crueldade; não importa que um filho jamais conhecerá a mãe. O importante é aproveitar o caso para garantir a liberdade dos companheiros.

Imagem ilustrativa da imagem Somos todos Eliza Samudio
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No país em que 92% dos casos de assassinato ficam sem solução, a soltura de Bruno é uma afronta sob todos os aspectos. Mas, para além da afronta, a decisão de Marco Aurélio ajuda a explicar os motivos pelos quais, no caso do Petrolão, a Lava Jato já fez mais de 100 prisões (incluindo um governador, dois ex-ministros, o ex-presidente da Câmara e o maior empreiteiro do Brasil) e o STF não fez... nenhuma. Lembro-me do diálogo entre o referido ministro e o jornalista e escritor José Nêumanne.

Marco Aurélio: — Quer dizer que você não tem orgulho do seu Supremo Tribunal Federal?

Nêumanne: — Não! Nenhum!

A cada dia estou mais certo de que a simples existência do PT e de seus auxiliares ideológicos — sempre solícitos e rápidos em defender bandidos — constitui uma ameaça à democracia brasileira. Petistas devem ser banidos da vida pública, como os nazistas depois da Segunda Guerra e os comunistas depois da queda do Muro de Berlim.

A elite companheira, com a cumplicidade dos que hoje se encontram no poder, arruinou o país e envenenou praticamente todas as instituições da sociedade. Mesmo depois da histórica derrota nas últimas eleições, a esquerda capitaneada pelo PT chantageia o povo brasileiro com greves, ocupações, arruaças, vandalismo e até doutrinação política das crianças. Isso sem falar nos tais "conselhos populares", eleitos por meia dúzia de militantes e fiscalizados por ninguém, e que mesmo assim querem governar a cidade. São os novos soviéticos.

O PT e seus aliados (com destaque para o PMDB) fizeram com o Estado algo muito semelhante ao que Bruno e seus comparsas fizeram com a pobre Eliza Salmudio. A diferença é que, mesmo golpeado com extrema violência, o Estado não morre: ele continua a exigir recursos, e os recursos são pagos pelo povo em forma de impostos, desemprego e recessão.

Já que certos movimentos sociais estão estranhamente silenciosos, é este cronista conservador quem diz: — Somos todos Eliza Samudio!

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