Imagem ilustrativa da imagem República Socialista do campus



Uma das principais características da cultura totalitária, tal como exposta por George Orwell no livro "1984", é transformar a mentira em verdade oficial. Mas não se trata apenas de mentir, é preciso acreditar na mentira; e não se trata apenas de acreditar na mentira, é preciso criminalizar a verdade. Nas sociedades comunistas e fascistas, o homem que ousa dizer a verdade é considerado inimigo público. Ou ele se cala, ou é eliminado. Crer na estrutura da realidade vem a ser o pior crime numa coletividade cujo oxigênio é a auto-ilusão.

Os departamentos de ciências humanas nas universidades públicas, com raríssimas exceções, são exemplo de pequenas sociedades totalitárias, que sobrevivem das mentiras que contam para si mesmas. Um exemplo típico está em um "debate" marcado para esta quinta-feira na UEL. O evento leva o curioso nome de "Depois do Golpe – Desafios e Perspectivas da Democratização" e foi organizado por professores do Departamento de Ciências Sociais da nossa universidade pública. Confesso que até agora estou achando que é fake. Tenho uma leva esperança de que seja. Por favor, por piedade, digam que é!

É isso mesmo que vocês leram. Mesmo depois da destruição do País por uma organização criminosa que tomou conta do Estado brasileiro; mesmo depois do maior escândalo de corrupção já visto na democracia ocidental; mesmo depois das revelações da Lava Jato; mesmo depois das maiores manifestações populares da história do Brasil (sem uma vidraça quebrada, diga-se de passagem); mesmo depois das prisões e condenações dos líderes da quadrilha que nos colocou na pior crise dos últimos 25 anos; mesmo depois do pior estelionato eleitoral já visto no continente americano; mesmo depois de um processo de impeachment que levou meses, reuniu fartíssima documentação, seguiu todos os trâmites definidos pelo texto constitucional e contou com maciço apoio da população; mesmo depois de 12 milhões de desempregados, 60 mil homicídios por ano e um rombo de 170 bilhões nas finanças públicas; mesmo depois do caos que levará anos ou talvez décadas para ser superado – os professores esquerdistas acham que o afastamento da sra. Dilma Rousseff foi um "golpe das elites".

O pior é que os mesmos professores que organizaram o "debate" são pagos (e bem pagos, ressalte-se) com o dinheiro que sai dos nossos impostos. O pior é que eles ainda se sentem no direito de fazer greve quando lhes der na telha. O pior é que eles serão responsáveis pela formação dos seus filhos (se você tem filhos jovens) e dos professores de seus filhos (se você tem filhos crianças).

Sempre que acontece alguma catástrofe na história da humanidade, surge uma tribo de pessoas que se obstinam em rejeitar a verdade do que aconteceu. São os negacionistas. Há os negacionistas do Holocausto, que negam a veracidade dos campos de extermínio nazistas. Há os negacionistas dos crimes do comunismo, que negam as atrocidades de Stálin, Mao Tsé-tung, Pol Pot e outros facínoras. Em nossa cidade, existem até os negacionistas da nossa maior tragédia histórica: o escândalo AMA-Comurb.

Os esquerdistas da UEL são negacionistas do Petrolão. Para eles, tudo não passou de um golpe das elites contra o "campo democrático-popular". E se você achar o contrário, meu amigo, prepare-se, pois será chamado dos piores nomes que eles conseguem encontrar em seu reduzido vocabulário: golpista, fascista e reacionário.

É por isso que a cada dia eu me convenço que a esquerda não é um movimento ideológico ou uma corrente política: trata-se de uma epidemia de loucura, caracterizada por total rejeição à estrutura da realidade, acrescida de doses brutais de histeria e delírio. Eis o que a esquerda brasileira se tornou: um circo de terror onde os cegos psicopatas conduzem a massa de cegos histéricos. Esquerda, hoje, é apenas um outro nome para o Grande Irmão.

Até quando vamos assistir passivamente a esse festival de mentiras travestidas de conhecimento acadêmico?