Imagem ilustrativa da imagem Os presentes do cronista
| Foto: Paulo Briguet



Escrever coluna diária é emocionar-se todos os dias. Não sei se vocês sete sabem, mas eu trabalho em casa. Nesta semana recebi uma ligação do Isaac dizendo que havia um pacote para mim na Redação da Folha. Aproveitei para dar um pulo no jornal e conversar com os colegas. Isaac me entregou, então, o pacote. Dentro dele, para minha grande alegria, havia uma estatueta em gesso de Nossa Senhora da Salette, por quem tenho grande devoção.

A santa que apareceu a duas crianças nos Alpes franceses, em 1876, é uma das imagens mais importantes para o mundo atual. Ela é a Mãe de Deus que chora por nossos crimes e pecados. Sempre que vejo notícias de catástrofes e escândalos, lembro-me da advertência de Nossa Senhora na montanha: "Não posso mais conter a mão do Meu Filho!"

Quem me presenteou com a imagem da Mãezinha foi o sr. Domingos Sanzovo, de Ibiporã. Aos 81 anos, o leitor conta-me em carta um pouco da sua história de vida, trabalho e fé. "Lendo sua mensagem da Santa que Chora, chorei. E por que chorei? Porque há alguns anos eu e o amigo Waldemar, acompanhados de nossas esposas, tiramos férias e vamos para Caldas Novas, em Goiás, onde visitamos o Santuário do Divino Pai Eterno e o Santuário de Nossa Senhora da Salette. Resolvi presenteá-lo com essa imagem como prova de carinho e amizade. Ela passará a ser sua companheira diária, para protegê-lo todos os dias de sua vida, juntamente com sua família".

Obrigado, Sr. Domingos!

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Recebi ontem o e-mail do Dr. Paulo Carlos Silva. Meu xará foi aluno da primeira turma da Faculdade de Direito de Londrina, tendo sido aluno de eminentes professores como Leopoldo Vicente, Padre Ladislau Kulla, Mario Takahashi, Lauro Pessoa e José Hosken Novaes, a quem define como "saudoso homem público, sábio professor, advogado e político". Também privou da amizade de outro mineiro ilustre: Milton Menezes, "prefeito por duas vezes e professor de Direito Constitucional, também brilhante".

Ao ler a crônica "Os velhos prefeitos", publicada na quarta-feira, dr. Paulo Carlos Silva recordou-se de uma cena testemunhada em Curitiba, quando Hosken de Novaes exercia o cargo de governador.

Paulo estava numa livraria quase vazia, quando viu entrar Dr. Hosken.
— Que faz o meu professor e governador aqui, a esta hora do almoço?
— Vim comprar envelopes, caneta, lápis e borracha. Preciso escrever algumas cartas.
— Mas o senhor não tem isso disponível no palácio, Dr. Hosken?
— Tenho sim, mas para uso público. Estes são para meu uso pessoal.
É preciso acrescentar alguma coisa?

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Ser bicho da cidade como eu não é desculpa para não saber nome de flores. Meus amigos B. D. e P. A., urbanos e conhecedores, informam que a flor azul da coluna de ontem é uma hortênsia. Simboliza obstinação, capricho, dignidade, honra e sentimentos verdadeiros. Agradeço a meus amigos! E só acrescenta que azul é também a cor de Nossa Senhora.

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