"A luta do homem contra o poder é a luta da memória contra o esquecimento."
(Milan Kundera)

Imagine se numa eleição em Londrina os partidos de esquerda decidissem impugnar todas as urnas da área central da cidade, onde o voto conservador e liberal é tradicionalmente majoritário. Pois foi exatamente isso que aconteceu na eleição do DCE da UEL, realizada há uma semana. Na segunda-feira, uma comissão eleitoral dominada por esquerdistas resolveu impugnar os 634 votos de estudantes do Cesa (Centro de Estudos Sociais Aplicados), após a denúncia de que as urnas do centro haviam sido violadas. Esse resultado deu vitória a Chapa 1, a esquerdista Chapação (não estou inventando o nome; foram eles mesmos que deram).

Ora, se as urnas foram violadas, o natural é que, por respeito aos estudantes do Cesa, se realizasse uma nova votação no centro. Mas isso os esquerdistas não querem, pois têm medo de perder no voto. Democracia, para a esquerda, é sempre assim: só funciona quando os adversários perdem. É o método eleitoral venezuelano.

Há algum tempo a esquerda brasileira percebeu que não tem mais qualquer viabilidade em eleições livres e democráticas (sem apuração secreta). Para burlar essa desvantagem, adotam várias estratégias. Uma das principais é aparelhar instituições da comunidade para transformá-las em centros de ativismo. Ao longo dos últimos 30 anos, STF, PGR, sindicatos, funcionalismo público, setores da Igreja, do Ministério Público, da mídia e do terceiro setor foram tomados. Mas um dos valhacoutos prediletos da esquerda mortadela são as universidades, sobretudo em alguns cursos da área de humanas. Os companheiros simplesmente não admitem perder espaço no campus. E aí começam os delírios.

Imagem ilustrativa da imagem Olhai os delírios do campus
| Foto: Shutterstock



O que começa mal não pode terminar bem, diz uma velha norma do bom senso. As eleições para o DCE na universidade foram convocadas a toque de caixa, deixando pouquíssimo tempo para a formação de chapas e a campanha eleitoral. Isso naturalmente dá uma grande vantagem aos esquerdistas, pois os verdadeiros estudantes se dedicam prioritariamente a estudar, sobrando-lhes pouco tempo e disposição para fazer articulações políticas. Mesmo assim, os filhos da UEL conseguiram formar uma chapa contrária à hegemonia esquerdista, e estiveram perto de ganhar a eleição, mesmo com a impugnação dos votos no Cesa.

O tirano Stálin apagava as imagens de seus inimigos nos documentos fotográficos da Revolução Russa — e mandou apagar as vidas de milhões de pessoas. Na Venezuela, o tirano Maduro apaga a vida de seu povo utilizando as duas principais armas do socialismo: a fome e o fogo. No Brasil, além de nada fazer contra o apagamento de 70 mil vidas por ano, os companheiros querem apagar toda e qualquer resistência a seus planos golpistas.

Mas eles não apagam a nossa memória, nem a nossa esperança. Sugiro que uma nova votação seja feita no Cesa — em frente à capela histórica que os companheiros fecharam — para mostrar que a UEL é de Londrina, não da esquerda. Universidade sem partido já!