Mônica Moura, ex-marqueteira de Dilma Rousseff, revelou ter criado um e-mail para troca de mensagens secretas e pouco republicanas com a ex-presidente. O nome do e-mail escolhido por Dilma, como ficamos sabendo após a delação de Mônica, era bastante sugestivo: [email protected]

O uso do nome Iolanda é uma referência à ex-primeira-dama Iolanda Costa e Silva, mulher do general-presidente Artur da Costa e Silva, ambos odiados visceralmente pelos adeptos da luta armada. Consta que também haveria um "aparelho" da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), grupo terrorista do qual Dilma faz parte, na Vila Iolanda, um bairro operário de Osasco, na Grande São Paulo.

Mas por que o número 2606? Como em todos os enredos policiais dignos de leitura, esse detalhe também possui um significado. Na madrugada de 26 de junho de 1968 (26.06), a VPR lançou um ataque contra o Quartel General do II Exército, no bairro do Ibirapuera, em São Paulo.

Imagem ilustrativa da imagem O retorno do soldado Mário
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Eram 4h30 da manhã. O soldado Mário Kozel Filho estava de guarda no instante em que uma caminhonete foi lançada contra as paredes do quartel, enquanto o motorista saltava do veículo em movimento. Os 20 quilos de dinamite que estavam no carro explodiram, causando destruição em um raio de 300 metros. Seis militares ficaram feridos. Kozel teve o corpo despedaçado e morte imediata.

Kozel é a própria imagem da vítima sacrificial inocente. O rapaz havia deixado de trabalhar numa fiação com o pai para prestar o serviço militar obrigatório, e iria completar 19 anos em dez dias. Kuka — como era conhecido entre os amigos — participava do grupo de jovens de sua paróquia, em São Paulo. Kozel Filho foi enterrado com honras militares no Cemitério do Araçá. Quase trinta anos depois, sua família conquistou o direito a receber uma pequena pensão, nada comparável às indenizações milionárias de militantes esquerdistas.

O número do e-mail prova que Dilma Rousseff tenha participação direta no atentado que matou Mário Kozel Filho? É claro que não. Mas demonstra que a ex-presidente mantém algum tipo de vínculo, ainda que simbólico, com a data em que tudo aconteceu. De modo surpreendente, o soldado voltou para assombrar a ex-integrante da VPR, cujo líder, Carlos Marighella, escreveu o "Manual do Guerrilheiro Urbano", uma apologia do terrorismo como estratégia de luta política, "incluindo mortes, explosões, capturas de armas, munições, e explosivos, assaltos a bancos e prisões, etc".

Há algo em comum entre aqueles que destruíram o Brasil e aqueles que destruíram a vida do soldado Mário Kozel Filho: uns e outros queriam tomar o País de assalto. De certa forma, conseguiram. Mas a vitória final, tenho fé, não será deles.

Você não morreu em vão, soldado. Somos todos Kozel.

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