Em 25 de fevereiro de 1956, o líder soviético Nikita Kruschev leu um relatório secreto aos participantes do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética. No documento, Kruschev acusava seu antecessor, Josef Stálin, morto três anosantes, de uma série de crimes, especialmente durante o Grande Terror, ocorrido entre 1934 e 1939.

O Relatório Kruschev caiu como uma bomba atômica sobre os partidos comunistas em todo o mundo. No Brasil, houve uma cisão, com o Partido Comunista do Brasil transformando-se em duas legendas diferentes: PCB (fiel a Kruschev) e PC do B (fiel a Stálin e Mao Tsé-tung, outro genocida do século XX).

Após as revelações de Kruschev, muitos militantes abandonaram o Partido e se desiludiram com o Partido. Outros, como os sectários do PC do B e militantes como Carlos Marighella, radicalizaram suas visões políticas. Um terceiro grupo simplesmente procurou acomodar-se aos novos tempos.

Em 1956, todo e qualquer intelectual honesto já sabia dos crimes do comunismo, que vinham do tempo de Lênin e foram multiplicados por Stálin. Ocorre que agora não era mais a "imprensa burguesa" nem os "fascistas ocidentais" que acusavam a União Soviética. Era o maior líder comunista do planeta, um ex-companheiro de Stálin (que, por sinal, o ajudara a cometer muitos crimes na Ucrânia).

A delação do ex-ministro Antonio Palocci na Lava Jato tem um efeito análogo sobre os que ainda acreditavam em Lula e no PT. Nunca mais a esquerda brasileira será a mesma depois das acusações de Palocci.

Nós já não acreditávamos no PT. Mas entre os poucos que acreditavam, não restou outra saída, a não ser continuar mentindo ou reconhecer que cometeram um grande erro.

Na minha avaliação, as grandes forças mundiais que disputam o poder no Brasil — os lobos globalistas e comunistas — já desistiram de Lula. O estamento burocrático, que nos governa há 30 anos, também sabe que o ex-presidente está politicamente morto.

A verdadeira luta se dá hoje em um campo muito mais vasto e perigoso, que engloba a mídia, a educação e — principalmente — a cultura.