Imagem ilustrativa da imagem O golpe do bilhete premiado
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O golpe do bilhete premiado, que aparentemente nasceu junto com a própria loteria, continua sendo aplicado no Brasil. Na semana passada, uma senhora conhecida foi alvo dos golpistas, nas imediações de um hospital da cidade. Felizmente, ela percebeu a malandragem a tempo.

Essa modalidade de golpe tem algumas características praticamente invariáveis:

1. A vítima é uma pessoa idosa, que está sozinha;
2. Os golpistas agem em dupla;
3. O primeiro golpista é um homem aparentemente simples, pobre, ingênuo e analfabeto, a própria imagem do coitadinho;
4. O comparsa finge ser alguém que está passando ao acaso pelo local, e possui as características de uma pessoa educada, instruída e bondosa — é a própria imagem do bom moço;
5. O objetivo dos golpistas é fazer com que a vítima se compadeça do pobre coitadinho e saque uma alta quantia em dinheiro para ele.

Um dos motivos para que esse crime continue sendo praticado é a vergonha das vítimas. Pessoas inteligentes e instruídas, quando abordadas pelos estelionatários, podem cair no conto do bilhete. Ficam tão envergonhadas que muitas vezes não denunciam o crime à polícia.

Mas a dura verdade é que o mesmo golpe tem sido aplicado sistematicamente contra o povo brasileiro nos últimos 20 anos, e quase sempre nós caímos como patinhos.

Um exemplo são as eleições presidenciais, em que o povo tem a ilusão de estar fazendo uma escolha entre propostas diferentes, quando na verdade é forçado a optar por uma das facções da mesma organização criminosa. Trata-se da velha estratégia das tesouras criada pelo tirano comunista Josef Stálin. No Brasil, esse golpe é praticado desde 1994, com os brasileiros sendo obrigados a escolher entre o chefão esquerdista e o chefão centro-esquerdista, quando não entre dois chefões esquerdistas. Todos eles — o "operário" e o "bom moço", a "ex-guerrilheira" e o "intelectual tucano" — têm os mesmos objetivos: enganar você e manter os brasileiros como escravos do governo.

Desde o advento da "Nova República", a política brasileira tem sido um golpe do bilhete premiado ininterrupto. Pense, por exemplo, no plebiscito do desarmamento, ocorrido em 2005, quando a maioria do povo, para perplexidade das máfias políticas, votou pelo direito do cidadão a portar armas. Mesmo com a fragorosa derrota no plebiscito, os desarmamentistas continuaram a impor sua agenda contra a vontade do povo. O resultado está aí: 70 mil homicídios por ano, um brasileiro sendo assassinado a cada nove minutos.

Outro conto do bilhete premiado é o tal "financiamento público das campanhas", aprovado tempos atrás com amplo apoio das classes falantes brasileiras. Agora veio a conta: os deputados aprovaram a modesta quantia de R$ 3,6 bilhões para os partidos políticos. Adivinhe quem vai pagar...

Portanto, não se espante quando algum velhinho cair no conto do bilhete premiado. Você e eu estamos sendo bem mais otários do que ele há muitos anos.