Imagem ilustrativa da imagem O campeão mundial da censura
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Na infância, eu ficava perplexo diante aquele documento que aparecia na tela da TV antes dos programas noturnos, encabeçado pelas terríveis palavras: CENSURA FEDERAL. Um dia, perguntei ao meu pai:

— O que é censura?

Ele me explicou, com toda razão, que censura era uma coisa muito feia. Leitor de Henry Miller e Nelson Rodrigues, dois autores censuradíssimos, e dos quais eu viria a me tornar admirador no futuro, meu pai tinha todas as razões do mundo para ser um inimigo da censura. Felizmente cresci cultivando o mesmo repúdio, o mesmo amor pela liberdade.

Quando vim a estudar a história de outros países, descobri que a maior máquina de censura de todos os tempos funcionava no mundo socialista. Nunca a arte, a literatura e o pensamento foram tão censurados quanto na Rússia, na China, no Leste Europeu e em Cuba. Depois de exportar a tecnologia dos campos de concentração para Hitler, os comunistas continuaram a espalhar os seus erros pelo mundo (conforme disse Nossa Senhora de Fátima há 100 anos), exportando também a tecnologia da censura e da opressão. Até hoje há quem os copie.

A censura da ditadura militar brasileira era coisa de criança perto da censura cubana, por exemplo. Se você tem dúvidas sobre como o regime de Fidel Castro e Che Guevara tratava seus intelectuais e artistas, leia Reinaldo Arenas, Heberto Padilla ou Guillermo Cabrera Infante. Todo defensor do comunismo cubano é, no fundo, um entusiasta da censura — justamente o tipo de censura que os terroristas da luta armada pretendiam implantar no Brasil.

Depois de Gramsci e Marcuse, no entanto, a esquerda descobriu que muito mais eficiente do que tomar o poder pelas armas era dominar gradativamente os meios culturais e educacionais. Plano que foi realizado com grande êxito no Brasil.

A esquerda brasileira — fielmente aliada aos grandes bancos e tubarões financeiros — vive falando sobre "a volta da censura". Na maioria dos casos, confundem censura com a crítica e o boicote, instrumentos perfeitamente legítimos em uma democracia. Em casos extremos, como o do peladão do museu, tentam ocultar crimes chamando-os de "arte". É triste que algumas pessoas de bem tenham caído nessa conversa.

Sabe quem é o campeão da censura no mundo atual? O Facebook. O império das redes sociais tem um exército de censores que apagam e suspendem sem dó todas as publicações consideradas ofensivas ou mentirosas pela elite esquerdista. A República Socialista do Facebook transformou em lei a ordem de Herbert Marcuse nos anos 60: "Nenhuma tolerância com a direita, toda tolerância com a esquerda".

Em breve, a maioria do povo só terá o direito de usar as redes sociais para dizer aquilo que os chefões globalistas pensam. Um pequeníssimo grupo de iluminados dita as regras para a imensa maioria da população — que é cristã, conservadora e defensora da família. Antes, era a ditadura militar. Agora, é a ditadura militante. Antes, era a censura federal. Agora, é a censura global.

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