Imagem ilustrativa da imagem Nossa Senhora do Sol
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Um dos meus sete leitores me encontra na alameda e diz:
— Briguet, você anda exagerando! Maria merece respeito, mas a salvação vem por Jesus.
Pois é, amigo. Há 100 anos, era exatamente isso que Nossa Senhora de Fátima queria nos dizer com o milagre do Sol: a salvação vem de Jesus.
Vista por mais de 70 mil pessoas em 13 de outubro de 1917, a dança do Sol em Fátima é talvez o maior milagre desde a ressurreição de Cristo. Esse acontecimento espetacular está descrito no livro "O Milagre do Sol", do autor norte-americano John M. Haffert, publicado em 1960. Há uma competente edição brasileira publicada pela Petrus, que li com grande interesse.
Haffert teve a oportunidade de entrevistar inúmeras pessoas que testemunharam o milagre em Portugal. Todas elas mantêm uma impressionante coerência na descrição do fenômeno, que o autor do livro assim resume:
"Surgiu uma luz no céu que se parecia com o Sol. Era visível dentro de um raio de mais de 30 quilômetros, claramente definida (portanto não algo visto através de um nevoeiro ou neblina), rodopiou no céu como uma roda de fogo, espargindo chamas de luzes coloridas que se refletiam em objetos do solo. Após alguns minutos pareceu se desprender do céu e precipitar-se em direção à terra, fazendo com que a multidão acreditasse que o mundo estava acabando. Durou apenas 12 minutos."
Até o jornal anticlerical "O Século", que enviou seus repórteres a Fátima com o objetivo explícito de "desmascarar a farsa" dos pastorzinhos, descreveu o fato, em manchete de primeira página, como um autêntico milagre. É importante lembrar que o milagre fora anunciado semanas antes pelas crianças videntes de Fátima — Lúcia, Francisco e Jacinta.
Com o milagre do Sol, Nossa Senhora prenunciava um doloroso período para a história da humanidade — que se iniciaria dali a poucos dias com a revolução comunista na Rússia.
Partidários da revolução — e eles estão aí até hoje, com diferentes nomes e roupagens, e às vezes até sem roupa — ironizaram à época do milagre: "Se Nossa Senhora queria denunciar o comunismo, por que não fez o Sol dançar sobre a Rússia, em vez de Portugal?" Pois é exatamente aí que mora a sutileza de Deus: o sinal nos céus prenunciava um flagelo global, não circunscrito a um país ou a um breve período histórico. Afinal, todos os movimentos políticos relevantes extravasam fronteiras nacionais e duram mais de 100 anos.
"A mulher vestida de Sol" do Apocalipse está grávida — e o Sol claramente simboliza Jesus Cristo. A mensagem celeste, enviada há um século, pode ser resumida em uma frase ouvida pelos três pastorzinhos portugueses: "Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido".
Nossa Senhora do Sol, rogai por nós.

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