Imagem ilustrativa da imagem Meu partido é a família
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Sou filiado ao mais velho de todos os partidos. Não está registrado no Tribunal Superior Eleitoral, por ser anterior à invenção dos tribunais e das eleições. É um partido exigente e rigoroso; quem disser que é fácil militar em suas hostes, estará mentindo. Trata-se do único paraíso disponível neste mundo — mas, para merecê-lo, é necessário o sacrifício.

Nosso comitê central reúne-se todos os dias e, quando um dos membros não comparece às reuniões, tem de apresentar razões convincentes. Funcionamos como uma democracia radical, mas a liberdade de cada um é monitorada pelos dois dirigentes máximos, chamados pai e mãe. Meu partido é a família, e nela consiste a minha vida.

A sede do nosso partido chama-se "lar". O fundo partidário com o qual nos sustentamos é conhecido por "trabalho". Os membros da nossa agremiação, desde a infância, dedicam-se a uma atividade preparatória e fortalecedora que denominamos "estudo". Alguns correligionários, eventualmente, reclamam das exigências que são feitas dia após dia, mas com o passar do tempo entendem que a suposta opressão na verdade é uma graça de Deus.

O partido da família tem adversários e enfrentou diversas crises ao longo da história. Os agentes inimigos usam disfarces na tentativa de corrompê-la: apresentam-se como artistas, especialistas, intelectuais, cientistas sociais, acadêmicos, professores de Deus, representantes de movimentos sociais e, principalmente, políticos. Todos eles sabem que a família tem o poder de derrubar presidentes, presidentas, secretários-gerais, camaradas e magnatas.

Nos tempos modernos, os inimigos inventaram uma série de armas para combater a família: revolução, utopia, terrorismo, supremacia de raça, ditadura de classe, governo mundial, aborto, eutanásia, liberação sexual, ideologia de gênero, poliamor. Paródia grotesca do amor familiar, a pedofilia hoje começa a ser defendida por ativistas que acima de tudo odeiam o poder e a glória da família.

Máfias políticas, ideológicas e financeiras unem forças para reduzir o poder das famílias. Tem sido assim há milhares de anos. Quando um rei insano soube que o próprio Deus havia escolhido uma família para vir ao mundo, ficou muito furioso, e mandou matar no fio da espada os membros mais jovens de todas as células partidárias existentes na época. Os Herodes modernos tentam aparentar sofisticação intelectual, mas continuam igualmente loucos de ódio. A espada chama-se agora ideologia.

A força do nosso partido está no seu maior dirigente: Deus. Com a força do perdão e da ressurreição, Ele garante que nem mesmo a morte tenha poder sobre os nossos correligionários. Continuamos amando nossos pais e mães mesmo muito depois de eles partirem. Continuamos recordando suas vozes e seus conselhos, vendo seus sorrisos e seus prantos; seguindo seus passos, rezando suas orações, segurando seus corações em nossas mãos trêmulas. Por isso, o partido da família, mesmo exilado neste mundo, é o mais inexpugnável dos impérios.
Sabe quando o nosso partido vai parar de lutar? NUNCA.

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