Lava Jato encontra um homem honesto!

O filósofo grego Diógenes (412-323 a.C.) morava num barril, vivia como mendigo e perambulava pelas ruas de Atenas com uma lamparina acesa em pleno dia. Aos que indagavam por que procedia assim, Diogénes, apelidado O Cão, respondia:

— Procuro o homem!

Ele dizia estar buscando um único homem honesto em Atenas. Que se saiba, nunca o achou.

Pois parem as rotativas, abram alas e cesse tudo o que a musa antiga canta. A Operação Lava Jato encontrou um homem honesto — e ele é londrinense!

O médico veterinário Flávio Turquino foi citado em depoimento na delação premiada de Alexandre Margotto. O delator disse que Turquino, mesmo ocupando um alto cargo no Ministério da Agricultura, negou-se a receber propina ou participar de qualquer esquema lesivo aos cofres públicos. Talvez por isso tenha sido meteórica a sua passagem pela chefia do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Nomeado em agosto de 2013, pediu exoneração em outubro. "Não preciso de dinheiro, gosto de fazer as coisas do jeito certo, não quero estragar o nome da minha família", disse o veterinário, quando lhe propuseram ilicitudes.

Aí está, velho Diogénes, o homem que você tanto procurava! Tinha que ser de Londrina, onde surgiu o Petrolão, mas também terra natal da Lava Jato.