Imagem ilustrativa da imagem O nome do Brasil é Chapecó



Quando terminou o jogo entre Palmeiras e Chapecoense, com a vitória do alviverde paulista, emocionei-me com a imagem de uma torcida inteira chorando de alegria, após um longo jejum de títulos. Jamais poderia imaginar que, dois dias depois, o outro alviverde em campo estaria também provocando lágrimas na torcida brasileira — mas, desta vez, infelizmente, lágrimas de profunda tristeza.

O desastre do avião que levava a delegação da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana, na Colômbia, chocou o Brasil na manhã desta nublada terça-feira. Meus pensamentos se voltam para a família e os amigos de cada uma das vítimas, sejam jogadores, membros da comissão técnica ou outros passageiros que estavam naquele voo trágico.

A equipe comandada pelo técnico Caio Júnior (ex-treinador do Londrina, também falecido no acidente) vinha fazendo uma belíssima temporada em 2016. A esperança da torcida do Verdão catarinense era ver essa história coroada com um dos mais importantes títulos sul-americanos. Lamentavelmente, o último capítulo da saga não foi de alegria, mas de dor.

Não foi a primeira vez que acidentes aéreos entristecem o mundo do futebol. Desastres vitimaram as equipes do Torino (em 1949), do Manchester United (em 1958) e da seleção da Zâmbia (em 1993). Mas a circunstância de estar rumando para o título mais importante da história do clube, logo após um jogo também histórico, torna o drama da Chapecoense ainda maior.

Em meio à comoção nacional, Londrina se entristece ainda mais com a morte de dois amigos da cidade: o já citado técnico Caio Júnior e o goleiro Danilo, que defendeu o Tubarão há alguns anos. Registro também a perda do comentarista Mário Sérgio, ex-jogador da Seleção Brasileira e nome de destaque do futebol nacional.

A nota de esperança é a informação de que dois jogadores da Chapecoense (o goleiro Jackson Follmann e o lateral Alan Ruschel) estariam entre os cinco sobreviventes. Oremos para que consigam se recuperar e voltar para suas famílias.

Sempre que voltarmos a assistir às cenas do jogo histórico entre os dois alviverdes, teremos a lembrança dos atletas que, sem saber, faziam a sua despedida para o mundo.

Hoje, o nome do Brasil é Chapecó. Vamos dirigir agora nossos pensamentos e orações ao município catarinense, que completará 100 anos de existência em agosto de 2017. E ouçamos, com respeito e emoção, os versos do hino da Associação Chapecoense de Futebol:

Ó Glorioso verde que se expande
entre os estados tu és sempre um esplendor
nas alegrias e nas horas mais difíceis,
meu furacão, tu és sempre um vencedor.


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