Imagem ilustrativa da imagem Coração que sangra
| Foto: Paulo Briguet



Fui batizado na capela do Colégio Sagrado Coração de Jesus, em São Paulo, no dia 17 de janeiro de 1971. Nas décadas seguintes, ruas próximas ao colégio seriam transformadas em um dos maiores pesadelos urbanos do mundo: a Cracolândia. Em 1989, vim para Londrina, cidade cujo padroeiro é o Sagrado Coração de Jesus.

Jesus tem um coração ferido. Traspassado pela lança do soldado romano, sangra até hoje. E jamais cessará de sangrar, até o ultimo dia. O primeiro homem que o feriu converteu-se imediatamente: é o nosso querido São Longuinho. Mas todos os dias, pelos motivos mais diversos, outros homens, cegados pela vaidade e a mentira, continuam a ferir o Coração de Jesus com suas lanças, espadas e punhais.

A Cracolândia é uma ferida que alguns não querem curar. São os que lucram com ela: traficantes, amigos de traficantes e grupelhos ideológicos. Mas não é só lá que o Brasil sangra. Ele está sangrando na política, na segurança pública, na saúde, na educação, na moralidade e, lamentavelmente, na cultura.

Nos últimos dias, uma exposição alegadamente artística em Porto Alegre, promovida por um poderoso banco multinacional, conseguiu ferir o Coração de Jesus de diversas maneiras, ao trivializar temas como a pedofilia e fazer chacota de Jesus Cristo, de Nossa Senhora e da Sagrada Eucaristia. Hora de lembrar o crime previsto no artigo 208 do Código Penal: "Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso".

Que a tal exposição tenha sido patrocinada por uma lei federal, com renúncia de impostos, aumenta a gravidade do fato e a extensão da ferida.

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Outro dia eu estava caminhando aqui perto de casa, quando passei por uma pequena rua de apenas um quarteirão, a Rua Lausanne. Lausanne é uma cidade da chamada Suíça francesa, que curiosamente tem o mesmo tamanho de Londrina. Nessa rua, há uma pequena árvore, da qual não sei o nome nem a espécie, e que não possui nenhum tipo especial de beleza. No entanto, eu a contemplei exatamente quando o sol da tarde estava em seus galhos, como se fosse um fruto.

Naquele instante, a árvore da Rua Lausanne me fez pensar na sarça ardente que Moisés viu aos pés do Monte Horeb, quando pastoreava o rebanho de seu sogro. A pequena árvore me levou à sarça ardente; a sarça ardente me levou à cruz; e a cruz me levou ao Coração que sangra, e que continuará sangrando, com imensa dor e angústia para o mundo, se não fizermos nada, se continuarmos assistindo passivamente às ofensas que os inimigos fazem a Deus.

Então eu me lembrei do querido Padre Rafael, que passou por Medjugorje e agora visitará Lourdes e Fátima, locais das aparições marianas. Padre, peça à Mãe que nos oriente nestes tempos feridos!

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