Carta aos jovens londrinenses

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Prezados jovens,

Eu tenho esperança. E não tenho vergonha de dizer isso a vocês.

Nós somos o país do Petrolão, mas nós somos também o país da Lava Jato. Nós fomos a Londrina do AMA-Comurb, mas somos a Londrina dos pés-vermelhos. Brasília livra Aécio e solta Zé Dirceu, mas Curitiba prende Palocci, prende Cunha e prenderá outros.

Por maior que seja a distância entre as elites políticas e o povo, ainda acredito que o bem vai prevalecer. Afinal, a própria Mãe de Deus o disse: "Por fim, meu Imaculado Coração triunfará".

Hoje o Brasil vive três tragédias nacionais, que eu chamo de democídios. Democracia é o governo do povo. Democídio é o assassinato do povo.

O primeiro democídio é a corrupção financeira. Roubaram tanto que hoje nós temos 14 milhões de desempregados, 60 milhões de inadimplentes e um Estado falido. Roubaram tanto que nós trabalhamos até maio só para sustentar o governo. Roubaram tanto — e parte da quadrilha continua no poder!

O segundo democídio é a corrupção das vidas humanas, através da cultura da morte. Por ano morrem assassinados 70 mil brasileiros. E ainda tem gente que defende bandido e quer o fim da polícia.

O terceiro democídio talvez seja o mais grave. É a corrupção da inteligência. Somos um país de analfabetos funcionais. Um país que tem um dos piores sistemas de educação do mundo, ocupando os últimos lugares nos testes internacionais. Um país em que a universidade se preocupa em fazer política e não em produzir conhecimento, como deveria. E nas últimas décadas o QI dos brasileiros foi o único que caiu entre todas as maiores nações do mundo.

Diante desse caos, qual é a saída? A militância política? O mergulho na ideologia? A revolução? O desespero? Por experiência própria, eu lhes digo: isso não leva a nada. O caminho, como disse Eric Voegelin, é a ordenação da nossa própria alma.

Por isso, é importante que vocês estudem. Não estou falando de vestibular; estou falando de adquirir conhecimento, nas fontes da alta cultura e da tradição sagrada. Aristóteles dizia que a felicidade está na contemplação da verdade. E ela só se deixa conhecer por quem a ama.

Amemos a verdade. Só assim nós vamos vencer a corrupção que destrói a alma do nosso país.

Atenciosamente,

P.B.

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