Imagem ilustrativa da imagem Bolsonaro sem censura
| Foto: Foto: Fernando Cremonez/CML


BOLSA FAMÍLIA
"O que tira as pessoas da miséria não é o Bolsa Família, é o conhecimento."

CRISE POLÍTICA
"Pode ficar pior. Falam na saída do Temer. Ele só sai se ele enfartar hoje, se ele renunciar ou se o TSE cassar a chapa Dilma-Temer. Quaisquer que sejam as alternativas, não pode haver um desbordamento da Constituição. Se ele vier a sair, o novo presidente será escolhido por eleição indireta. Eleição direta, agora, só interessa ao PT, porque elegeria o Lula na fraude, no meu entender. Eu não confio nas urnas eletrônicas, e o voto impresso só valeria para 2018. Espero que o Gilmar Mendes não queira jogar para 2020. Olhe só quem está pedindo "diretas já": PT, PSOL, PC do B, Rede, PDT... Eles querem mudar a regra no meio do jogo. Acredito que o TSE pode resolver o futuro no mês que vem. Entre os nomes de consenso, eu não vejo ninguém que possa ocupar a Presidência. Talvez algum acordão seja feito entre eles para tentar esfriar a Lava Jato. Vai ser um acordão para resolver a vida dos envolvidos em corrupção. A Lava Jato vai bem, mas quando cai na mão do Supremo, já sabe..."

POLÊMICO
"Discutir um assunto com o coração é ser polêmico? Eu discuto qualquer assunto, falo, dou minha opinião. Dou minhas caneladas, também. Em suma, eu sou uma pessoa normal. Você pode não gostar de mim, mas eu sou uma pessoa completamente diferente desses que estão nos comandando aí."

GOVERNABILIDADE
"Estabilidade econômica e governabilidade, para muita gente em Brasília, significa proteger os mesmos grupos políticos para que continuem se locupletando com as riquezas do Estado. Que o Temer fez até agora? Reforma trabalhista, tudo bem, tamo junto. Mas a reforma previdenciária no meu entender é criminosa. Veja, no Piauí a expectativa de vida é de 69 anos. Vai botar uma aposentadoria com 65, não tem cabimento. A maior despesa é com o servidor público. Precisamos encontrar uma forma de equacionar a previdência no setor público, especialmente no Legislativo e no Judiciário. Onde está a grande fábrica de marajás? Incorporação de cargos em comissão. Bota um ponto final nisso. Bota um ponto final no auxílio-moradia. A própria questão do teto. Em grande parte, os salários e aposentadorias do Legislativo e Judiciário extrapolam em muito o dobro do teto. Precisamos cortar na própria carne."

OLAVO DE CARVALHO
"Não há dúvida que meu amigo Olavo de Carvalho [filósofo e escritor radicado nos EUA] me ajudou nessa luta. Estou lutando não apenas desde que entrei no Congresso, mas desde os anos 70. Pouca gente sabe, mas eu estava ao lado do Exército nos tempos do combate à luta armada, aos 15 anos de idade. Olavo é uma pessoa que conheceu bem a esquerda no passado e, com o tempo, tomou outro rumo, tornando-se um exemplo para todos nós. Eu me inspirei muito no professor Olavo de Carvalho, assim como boa parte da juventude que me apóia. Só peço que ele fume um pouquinho menos, porque nós vamos precisar dele."

VALE DO RIBEIRA
"Nasci em Glicério, fui registrado em Campinas e criado no Vale do Ribeira. Naquela região, Carlos Lamarca executou de forma covarde o tenente Alberto Mendes Júnior. O tenente se entregou ao grupo do Lamarca para que dez soldados feridos pudessem ser libertados. Depois, quando não precisava mais do escudo humano do tenente, ele avocou o que chamava de 'tribunal revolucionário' e resolveu matar o tenente a coronhadas. Alguns meses depois, encontramos os restos mortais da vítima. Quem sobreviveu daquele episódio foi indenizado pelo governo."

VISITA A LONDRINA
"Eu estava devendo uma visita ao Paraguai... Ops, Paraná! (Risos.) É que o Paraguai está mandando ver na abertura econômica e no empreendedorismo. Mas é uma honra estar aqui, na cidade cujo vai ser campeão da Série B para conversar com vocês. Quero falar e ouvir. Estou me preparando para o destino. Queremos colaborar com o futuro do Brasil por ocasião das eleições presidenciais do ano que vem."

CANDIDATURA
"Não sou candidato a nada, não estou em campanha. A legislação eleitoral diz que eu não posso pedir votos explicitamente. Mas, como vocês sabem, a lei não vale pra mim. Por exemplo, eu não posso discutir com uma deputada, mesmo depois de ter sido ofendido por ela. Quem me coloca como candidato são as pesquisas. Um instituto aqui do Paraná acaba de me dar 9% de votos no Sergipe. É um desempenho excepcional. Afinal de contas, o vereador é do PT, o prefeito da capital é do PC do B e eu nunca estive em Sergipe. Hoje as pesquisas no país me dão em torno de 15%, em alguns estados eu estou na frente. Sempre tive votações muito boas, mas nunca consegui ser vice-líder de partido ou vice-presidente de comissão. Nunca recebi nada do partido, a não ser doação da Friboi, que graças a Deus eu vi a tempo e devolvi dois dias depois. Há dois anos e pouco comecei a pensar: — Estou no meio sétimo mandato, como é que posso mudar esse tipo de gente que está no comando do Brasil? Tenho a convicção de que as eleições no Brasil são fraudadas; por isso, propus o voto impresso ao lado das urnas eletrônicas. Assim não haverá como fraudar as eleições. "

APRENDER ECONOMIA
"Perto dos que estiveram no poder, acho que estou bem preparado, mas reconheço que tenho muito a aprender. Tenho um assessor de economia comigo [olha para Eduardo Bolsonaro], mas não formei uma equipe econômica. Estou agora estudando o caso do Paraguai, que está com energia barata de Itaipu, desburocratizou o governo e eliminou gargalos. Hoje, no Brasil você tem portos na mão de grupos políticos. Como falar em exportação? É preciso ter um compromisso com o Brasil."

IMPOSTOS E PRIVATIZAÇÕES
"A redução de impostos não se resolve com uma canetada. A tal da 'curva de Lafer' foi pro espaço há muito tempo. O majoramento de impostos sufoca a atividade econômica. O Trump fez um grande corte de impostos, mas os Estados Unidos têm uma economia pujante. Nós temos que fazer isso com critério, para facilitar a vida do empreendedor e desburocratizar a abertura de empresas. Por incrível que pareça, temos que buscar algo parecido com o que está sendo feito na economia do Paraguai. Além disso, temos que privatizar e até extinguir muitas empresas estatais. Não precisamos de tantas estatais, não. Hoje basicamente elas servem para dar cargos e fazer caixa de políticos."

HONESTIDADE
"A honestidade é a base de tudo. É o número 1. Se você acrescenta um 0, vira 10. Se você acrescenta mais um zero, vira 100. Se você acrescenta mais um zero, vira 1.000. Mas se você retira o 1, tudo volta a ser zero. Não sou o pai da honestidade, mas sem ela você não constrói nada."

FORÇAS ARMADAS
"Em qualquer país do mundo, quem diz se vai ser democracia ou não são as forças armadas. Ou você acha que dá para Fidel Castro ser ditador e o comandante do Exército ser democrata?"

REFORMAS
"Sou contrário a esta reforma da previdência proposta pelo Temer. Apoiei a reforma trabalhista, embora quisesse uma reforma ainda mais profunda."

DIFICULDADES
"Mais difícil do que ser presidente do Brasil é ser governador do Rio de Janeiro. Mas ninguém vai dar conta cozinho. Um general não ganha a guerra sozinho. Temos um parlamento complicado, mas acho que o padrão vai melhorar nas eleições ano que vem. Se o Brasil melhorar, todos nós vamos melhorar."

INSEGURANÇA
"Acabei de ter a notícia do assalto ao Barra Shopping no Rio de Janeiro. Resultado de uma política totalmente errada no tocante à segurança pública, que nos leva a esse clima de terror. Com terror e insegurança, você não pode falar em economia. Eu não saio à noite para comer uma pizza com a minha família. Não quero colocar minha família em risco. E a insegurança se combate com violência. Não é com bandeirinha, com bandeirola, com paz e amor, com pombinha. E começa dentro de casa. Se fizerem uma pesquisa, muita gente vai dizer que não dorme em casa porque não tem uma arma dentro de casa. Temos que mostrar para os bandidos que eles têm algo a perder: a vida. Não podemos dar boa vida para quem não anda na linha."

MUDANÇAS
"Quer saber o que eu faria? Multiplica por -1 tudo que o PT fez e você verá. Nossa economia não pode ter viés ideológico. O próprio Mercosul está superdimensionado. Temos que partir para o bilateralismo. E quem faz isso não é o governo, são os empresários. Hoje em dia qualquer empresário sai do Brasil e já chega com o manto da desconfiança lá fora. Estive em Israel. Eles querem fazer parcerias conosco em agricultura, tecnologia e outras áreas. Mas não tinha clima com o Brasil, porque a Dilma não aceitou o embaixador indicado por eles! Ou seja, as instituições estão aparelhadas, em grande parte, e a Dilma queria aparelhar as embaixadas..."

ESTRATÉGIA
"No Brasil não temos política estratégica. O [ex-presidente uruguaio] Pepe Mujica lança um livro, dizendo que a Dilma despachava dentro do Palácio do Planalto ouvindo os serviços de inteligência cubano e venezuelano — e não acontece nada! Me chamam de maluco, mas eu não vou parar: Brasil acima de tudo, Deus acima de todos."

TRUMP
"Vou seguir a linha do Trump. Somos meios parecidos no tocante à riqueza. (Risos.) Acho que até o momento ele está fazendo certo. Já me comparam com ele, pela maneira jocosa de falar. Quero que os Estados Unidos estejam entre meus primeiros parceiros comerciais. Agora eu pergunto: a Amazônia é nossa? Não! Mas nós temos um plano para que a Amazônia seja nossa. É a terra mais rica do mundo. Como aquela menina bonita, que o namorado não pode largar nunca. E tem muita gente feia namorando a nossa Amazônia. Há pouco tempo, o cônsul japonês foi a Brasília. Dilma ainda estava no comando (quer dizer, estava lá na frente, que ela não comandava nada). Eu disse a ele: — Se eu estiver um dia no poder, quero fazer muitas parcerias com o Japão no tocante à biodiversidade amazônica. Os olhos dele se arregalaram tanto que ficaram redondos!"

AMÉRICA LATINA
"A base industrial paulista depende do gás da Bolívia. Há alguns anos, o Evo Morales tomou refinarias da Petrobras e o (ex-chanceler) Celso Amorim disse que a Bolívia estava certa, o Brasil é que estava tendo um comportamento imperialista. Há pouco tempo Lula sugeriu que as Farc se tornassem um partido político na Colômbia. Vivia se reunindo em Cuba para discutir democracia — olha a piada! Em 2014, a Dilma esteve em Quito para liberar o espaço aéreo para os países da Unasul e criar uma Academia de Defesa Sul-Americana. Ou seja, o coronel que não falasse "Viva Lula" não sairia general. É como acontece na Venezuela hoje, em que o coronel que não fala "Viva Chávez" não sai general. Criaram uma unidade técnica eleitoral, pois descobriram que a chave do sucesso é a Smartmatic."

ESTADO DE DEFESA
"O último obstáculo ao socialismo são as Forças Armadas. Como o comandante do Exército (general Villas-Boas) disse em entrevista à revista Veja, Dilma o sondou para decretar estado de defesa no dia da votação do impeachment. Eu discursei naquela madrugada sobre esse assunto, mas a imprensa não deu muita bola. O Exército não pode estar a serviço de partidos. Perguntaram ao comandante Villas-Boas se ele me apoiaria, ele respondeu que não. É claro que não! O Exército nunca apoiou nem apoiaria ninguém. Ele deve servir à Pátria, ser o garantidor da nossa liberdade, da nossa integridade territorial."

TERRAS INDÍGENAS
"Temos uma política completamente errada em demarcação de terras indígenas, hoje 14% do território nacional. Isso não é defesa dos índios, são interesses estrangeiros nessas áreas ricas em biodiversidade, minerais e água potável. Imensos espaços vazios estão sobrando. Conversei com autoridades americanas sobre o assunto, e fiquei muito feliz. Eu gostaria de explorar a região amazônica, em parceria com os Estados Unidos. E não só minérios. Roraima, por exemplo, não tem energia. Metade vem da Venezuela, metade de uma termoelétrica — e os ambientalistas não falam nada. Tem local, tem topografia para fazer hidrelétricas, mas há o problema ambiental, que pode ser resolvido por um bom ministro nessa área, com competência técnica, não escolhido por indicação política. Quanto aos índios, é preciso trazê-los para nosso lado. A vida do índio é muito melhor com integração, com eletricidade, com médico, com dentista, com televisão, com soro antiofídico. Isso tem que ser feito em parceria com o primeiro mundo, para evitar barreiras levantadas contra nós."

EDUCAÇÃO E IDEOLOGIA DE GÊNERO
"Em Brasília, nós rejeitamos a ideologia de gênero nas escolas. O governo do PT passou por cima da decisão do Congresso e municiou estados e municípios para incluir a ideologia de gênero. Em alguns lugares, conseguiram. Mas basta olhar a situação das nossas escolas. Nas provas do PISA, entre 70 países, nós estamos entre os últimos. Depois tem site dizendo que pedofilia é "mito". Pega uma criança do Japão, da Coreia do Sul, dos Estados Unidos, de Israel e compara com o nível de conhecimento com o das nossas. A molecada aqui não sabe fazer nem regras de três simples. Interpretação de textos, ciências... nós estamos nos últimos lugares. Levei pancada porque fui contra aula de dança nas escolas públicas no ensino fundamental, projeto da Dilma. Escola pública, fundamental, você vai ensinar a criançada a dançar "na boquinha da garrafa"? Não tem cabimento. Meu filho de seis anos de idade não tem nada que aprender dança na escola. Depois, se ele quiser, faz dança na faculdade. Mas menor de idade quem comanda sou eu. Dá até vergonha de discutir isso, era para ser regra: respeitar a inocência da criança em sala de aula, respeitar a autoridade dos pais. Outra coisa, erotizar as crianças em sala de aula é abrir as portas para a pedofilia. É a realidade."

AGRONEGÓCIO E MST
"O agronegócio é o setor que garante a economia brasileira no azul. No azul claro, mas garante. E os produtores rurais têm muitos problemas. A começar dentro da fazenda: o MST. Precisamos mudar o Código Penal: o fazendeiro tem que ter fuzil na sua propriedade. Invasão de propriedade, urbana ou rural, no que depender de nós, a pessoa pode usar a arma. A pessoa responde a processo, mas não tem punição. É assim nos Estados Unidos. É assim em país sério."

PROTESTOS
"Desde que não partam para violência, os movimentos da esquerda podem fazer manifestações à vontade, não tem problema nenhum. Nós respeitamos, nós somos democratas. Mas veja só o que aconteceu nesta semana em Brasília: aquilo é terrorismo. Imagine se aquela bomba que decepou a mão de um manifestante caísse na cabeça de alguém, como aconteceu com aquele cinegrafista no Rio? Seria mais uma vida perdida. Mas a gasolina deles está para acabar, com o fim do imposto sindical."

70 MIL HOMICÍDIOS
"Eu quero que alguém me dê a linha de corte: quantos são inocentes, quantos são bandidos. Se são 50 mil marginais, temos que dobrar essa meta. Não dá para combater violência com paz e amor. O Brasil hoje tem essa política absurda de desencarceramento, via audiência de custódia. Tem lugar em que o policial não leva o cara preso por saber qual juiz está de plantão. Quem de nós aqui não tem um parente que não quer nada com estudo e trabalho — lá adiante, vai fazer uma besteira. Agora, o índice de inocentes mortos, temos que fazer tudo para diminuir. Começa como? Por exemplo: sabe como você diminui o número de mortes de mulheres e os estupros? Dê uma arma pra elas. Nenhum cidadão de bem quer ter uma arma pra fazer besteira."

SUCESSÃO PRESIDENCIAL
"Eu não sou bom, os outros é que são muito ruins."