Imagem ilustrativa da imagem Basta de greves com data marcada!



No começo do livro "Homem que é homem não dança", Norman Mailer conta uma historinha curiosa.

O médico pede ao paciente:

— Descreva a sua rotina.

— Bem, doutor. Minha rotina é simples: eu acordo, lavo o rosto, escovo os dentes, vomito...

— Você vomita todos os dias?

— Ué, doutor, não é isso que todo mundo faz?

Em relação às greves de bancários, nós estamos na mesma situação desse paciente. Todo ano, quando chega a data-base da categoria, as agências bancárias ficam fechadas por vários dias, prejudicando toda a população — especialmente os mais velhos e os mais pobres, aqueles que têm dificuldade em fazer transações eletrônicas ou não têm acesso à internet.

Os donos de banco não parecem muito incomodados com a situação. Pelo contrário, creio que os bancos até acabem fazendo uma economia durante os dias de paralisação.

A greve deveria ser um instrumento de exceção e não de rotina nas relações trabalhistas. Principalmente quando acontecem em setores utilizados por toda a população. Já passou da hora de os sindicatos de bancários encontrarem uma nova forma de fazer suas reivindicações salariais, pois a população não suporta mais ser tomada como refém nessas lutas corporativas.

Só lembrando, companheiros: a república sindical acabou.