Imagem ilustrativa da imagem Aquele sorriso
| Foto: Paulo Briguet



Há 75 anos, no dia 20 de setembro de 1941, o Padre José Kentenich, fundador do Colégio Mãe de Deus e da Obra Internacional de Schoenstatt, foi preso pela Gestapo na cidade de Coblença, Alemanha. O objetivo dos nazistas era aniquilar o ânimo e o equilíbrio do líder católico, considerado uma ameaça ao regime de Adolf Hitler. Puseram-no numa cela de isolamento, montada nas galerias subterrâneas de uma antiga agência bancária, confiscada pela Gestapo. Padre Kentenich permaneceu quatro semanas e mergulhado em completa escuridão. A sensação provavelmente era a de estar preso num cofre.
Qual não foi a surpresa dos nazistas quando, 28 dias depois, abriram a cela do Padre Kentenich. Esperavam encontrar um prisioneiro enlouquecido e alquebrado; viram o sorriso de um homem de Deus que lhes disse calmamente: "Eu estava precisando mesmo de umas férias!"
Se a liberdade tivesse um rosto, aquele seria o seu sorriso. Não falamos aqui na liberdade do poder, na liberdade dos ditadores, na liberdade que pressupõe a submissão do outro. Estamos nos referindo a algo que Jesus prometeu aos homens: a liberdade do coração. Aquela liberdade interior de quem vê o perdão na essência do universo. A liberdade como um presente, que os velhos padres chamavam de livre-arbítrio.
Pois é essa liberdade interior que determinados grupos de poder querem tirar dos nossos filhos, das nossas crianças. Em troca, oferecem uma liberdade de escravos, em que todo mundo é livre para acreditar nos dogmas da ideologia esquerdista e materialista. Peço desculpas por usar a palavra "dogma" em sentido equívoco, mas é precisamente isso que os militantes do caos estão fazendo no mundo atual. Querem dividir e confundir para reinar, transformando as novas gerações em hordas de robôs ideológicos que só sabem seguir as ordens dos chefes. Querem destruir os valores essenciais da civilização (família, trabalho, pátria, fé), substituindo-o pelos falsos ídolos coletivistas (poder, prazer, egoísmo).
Nesta semana recebi mais uma denúncia de que a ideologia de gênero vem sendo propagada em escolas públicas de nossa cidade. Padre Kentenich nunca deixou de sorrir, mas também sabia dizer as verdades mais duras com a necessária ênfase. Quando, em 1942, deixou-se ser levado ao campo de concentração de Dachau, ele já alertava para o mal do coletivismo, que paira sobre as escolas e as famílias de nosso tempo: "No coletivismo, o homem perde a sua primitiva dignidade e personalidade; torna-se homem-massa, pronto para ser incluído com mais facilidade no coletivo, cujo modelo é a máquina".
Perante as forças que tentam dominar nossos filhos e nossas almas, contrapõe-se o sorriso do Padre Kentenich. Aquele sorriso parece nos dizer: "Mesmo que o mundo insista em ser um Dachau, façamos de cada família um novo Schoenstatt!"

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