Outro dia o Pedro me perguntou por que a gente diz "segunda-feira", "terça-feira" e assim por diante. O nome dos nossos dias tem origem na época da ocupação romana na antiga Lusitânia (hoje Portugal). Os romanos chamavam os sete dias da semana de "feriae", que significa "dia sagrado ou de culto". Com o advento do cristianismo, a prima feriae se transformou em domingo (Dia do Senhor) e a septima feriae mudou de nome para sábado (do hebraico Sabbath). Daí vem a expressão "todo santo dia": em qualquer dia da semana, estamos envolvidos pela dimensão do sagrado.

Hoje é um bom dia para falar de dois nomes que são sinônimos de santidade: Aparecida e Fátima. As "coincidências" entre os dois títulos de Nossa Senhora são impressionantes. Em 1717, ela teve sua imagem de terracota encontrada por três pescadores brasileiros. Em 1917, ela apareceu a três crianças portuguesas. Em 12 de outubro, comemoramos a primeira manifestação da Aparecida, quase invisível. Em 13 de outubro, comemoramos o grande milagre do Sol em Fátima, visto por milhares de pessoas.

Em 1717, o Brasil vivia a tragédia da escravidão; tornou-se, pois, altamente simbólico o fato de que a Padroeira e Rainha do Brasil tem a pele negra. Em 1917, o mundo começou a viver o pesadelo do comunismo, sistema mais insano e genocida de todos os tempos. Em 1717, iniciava-se o ironicamente chamado "século das luzes", que terminou com a eclosão do terror revolucionário francês. Em 1917, iniciava-se o tempo das carnificinas em massa pelos regimes totalitários. Sempre que o mundo está vivendo uma época de angústia e desespero, Nossa Senhora aparece e aponta para o caminho, a verdade e a vida: Jesus Cristo.

Em 1978, foi eleito o papa João Paulo II, grande devoto de Fátima. Naquele mesmo ano, um fanático quebrou a imagem original de Nossa Senhora da Conceição Aparecida em mais de 200 pedaços. Em 1981, um terrorista atirou contra João Paulo II exatamente no mesmo dia e horário da primeira aparição de Fátima (13 de maio). A imagem de Aparecida foi reconstituída por uma artista. A vida de João Paulo II foi salva por um milagre.

Todos os anos, milhões de pessoas peregrinam até Fátima e Aparecida em busca de graças, bênçãos e consolações. A força destes dois nomes envolve o nosso tempo como um manto de proteção e esperança. Nos pescadores brasileiros e nos pastorezinhos portugueses, Nossa Senhora buscou a inocência e a pureza de alma tão difíceis de encontrar em nossos tempos insanos.

Nunca é demais lembrar que Fátima e Aparecida são a mesma pessoa, sobre a qual disse São Luís Maria Grignion de Montfort: "Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as suas graças e chamou-as Maria".

Amanhã é sábado, o dia de Nossa Senhora. Um bom dia para dizer: — Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós... Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós...

Estamos precisando, não é mesmo? Não apenas sábado, mas todo santo dia...


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