Imagem ilustrativa da imagem A santidade da vida diária


Em uma palestra proferida em 1966, na Alemanha, o Padre José Kentenich fez comentários valiosos sobre a questão da santidade humana.

— Sim, os santos são a flor da humanidade, personalidades íntegras, firmes, livres e sacerdotais. Não é difícil admiti-lo. [Mas muitos dizem:] "Sim, mas eles são santos. Seu exemplo não tem valor para mim porque eu não nasci para ser santo". Esta atitude parte de um grande erro. Quem fala e pensa nesses termos nunca tomou consciência de que os santos precisaram, em sua autoeducação, primeiro, superar os mesmos obstáculos que nós e, segundo, dispunham dos mesmos meios que nós. Não poucas vezes pensamos que os santos já eram santos no berço, que se tornaram personalidades perfeitas brincando ou, no máximo, por meio de milagres e arroubos. Sem dúvida sabemos bem pouco de muitos santos, sobretudo dos mais antigos. Mas, por trás dessas breves informações, esconde-se um mar de tempestades, de lutas, de dragões ameaçadores.

As palavras do Padre Kentenich me fizeram lembrar a frase do escritor irlandês C. S. Lewis:

— Se eu fosse recomendar uma religião para lhe fazer sentir confortável, certamente não lhe recomendaria o Cristianismo.

Lewis tinha razão. Afinal, Jesus nunca disse que seria fácil.