Imagem ilustrativa da imagem A mudança começa pelo seu cérebro
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É ilusão achar que o Brasil será salvo por mudanças políticas e partidárias. A eleição de um novo presidente em 2018 pode até ajudar (sobretudo se não escolhermos um criminoso para o cargo), mas não criará as condições necessárias para a transformação essencial de que o País necessita. O que realmente precisa mudar é o espírito. Sem uma profunda conversão intelectual e cultural, o Brasil não irá a parte alguma, e continuará girando em círculos no caos.
O professor José Monir Nasser (1957-2013) ensinava: "Uma sociedade não pode ser rica antes de ser inteligente." Enquanto a educação brasileira estiver dominada pela ideologia socialista ou "libertária", enquanto as grandes redes midiáticas promoverem a agenda do caos, enquanto determinados meios jurídicos e universitários fizerem apologia da impunidade e do banditismo, enquanto os brasileiros continuarem dando as costas aos valores essenciais da alta cultura —governos vão entrar e sair deixando atrás de si apenas um longo rastro de corrupção, ignorância e morte.
Alguns pequenos acontecimentos, porém, fazem este cronista de sete leitores se encher de esperança. No mês de dezembro, realizamos em Londrina, sob os auspícios do Sesi Paraná, um ciclo de palestras sobre a obra de José Monir Nasser, um dos mais importantes intelectuais brasileiros do nosso tempo. Reunimos um entusiasmado grupo de pessoas interessadas em resgatar os ensinamentos dos clássicos da literatura universal. Somente pelo caminho da alta cultura, que sempre começa com a formação de pequenos grupos, a sociedade brasileira poderá começar a ser transformada. "Não existe caminho das pedras. O Brasil só pode ser melhorado cérebro por cérebro", diz o filósofo Olavo de Carvalho (por sinal, um grande amigo e parceiro intelectual de José Monir).
Foi exatamente esse trabalho que começaram a semear, ao longo de 2017, este cronista de sete leitores e o seu grande amigo, o sociólogo e editor Silvio Grimaldo, através do projeto Clube do Livro. Em encontros quinzenais, fizemos a leitura e a discussão da obra de grandes mestres da literatura e do pensamento, tais como Sófocles, Platão, Shakespeare, Machado de Assis, Dostoiévski, Turguêniev, Kafka, Bernanos, Orwell, Huxley, Koestler, Greene, Kundera, Ionesco, entre outros. O Clube do Livro contou com apoio da Acil, Sindimetal e Sinduscon. Em 2018, agora também com apoio da Fiep, mergulharemos na leitura de outros gigantes da literatura, tais como Homero, Agostinho, Dante, Cervantes, Camões, Tolstói, Stendhal, Balzac, Wilde, Pessoa, Graciliano e Borges.
O número que você digitar na urna eletrônica — pessoalmente, eu prefiro a cédula de papel — não vai mudar o Brasil. O que vai mudar o Brasil é a quantidade e qualidade de boas letras que você ler, assimilar e transformar em conhecimento.
Se você quiser entrar nessa aventura intelectual, procure-nos.
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