Diminui a ociosidade no setor industrial de Londrina
Ter uma planta produtiva sendo utilizada abaixo de sua capacidade significa aumento nos custos operacionais e aponta ser desnecessário aumentar os investimentos. Ambos indicadores são negativos pois se, de um lado representam redução nas margens de lucros ou necessidade de aumento nos preços, de outro lado significam baixa perspectiva na produção e comercialização de máquinas e equipamentos.

A importância de medir a Nuci
Quem não mede, não gerencia. Esta máxima da Administração faz todo o sentido quando se refere ao Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada), tanto de uma instalação industrial ou de todo um setor. Levantamentos nacionais e regionais acerca da Nuci permitem entender a situação atual da produção e traçar perspectivas para o futuro imediato auxiliando na tomada de decisões dos agentes públicos e privados.

Quem pesquisa em nível nacional
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) realiza mensalmente a Sondagem Industrial, coletando a percepção do setor empresarial. Foi criada com o objetivo de monitorar a evolução da atividade industrial na percepção do empresário, permitindo antever a reação futura da indústria.

O tamanho da crise
Os indicadores da CNI mostraram que, com a crise estabelecida, a indústria estava produzindo em janeiro o mesmo que em dezembro de 2008. Para uma melhor ideia da gravidade da situação, a indústria em 2015 encolheu 8,7% e em 2016 outros 6,6%, resultando em menor oferta de produtos, queda na renda e aumento no desemprego.

Números melhores em 2017
Ainda de forma bastante irregular, o levantamento da Confederação Nacional da Industria tem mostrado uma trajetória de recuperação na utilização média da capacidade instalada, subindo de 63% em janeiro para 67% em outubro, quando considerada a situação do país.

Londrina precisa de sua própria pesquisa
Embora indicadores nacionais sejam importantes, é fundamental para a tomada de decisões locais que a cidade tenha seus próprios dados, que permitam ao nosso empresário entender a realidade próxima, que pode ser distinta daquela apresentada pelo quadro nacional.

Parceria SINDIMETAL Norte e UTFPR
Neste sentido, foi celebrada uma parceria entre o SINDIMETAL Norte e a UTFPR campus Londrina para realizar o levantamento e a análise dos dados que permitissem mostrar a realidade da Industria Metalmecânica no âmbito de sua abrangência, sob responsabilidade da pesquisadora Barbara Feltrin.

E o que os dados revelam
Iniciada em setembro e realizada mensalmente, a pesquisa, nos mesmos moldes que a pesquisa da CNI, apontam que nossa indústria metalmecânica tem uma ocupação significativamente melhor que os números nacionais. Enquanto a taxa de ociosidade na indústria nacional foi de 33%, nosso setor metalmecânico trabalha com uma ociosidade de 25,8%, indicando um melhor gerenciamento da sua capacidade produtiva. Ambas as pesquisas, nacional e local, apontam melhora no nível de utilização da capacidade instalada em relação ao mês anterior quando apresentaram resultados de 34% e 26,4% de ociosidade, respectivamente.

Geração de emprego e aumento da produção
A geração de postos de trabalho também foi maior em outubro em relação a setembro subindo de 51,5 para 53,6 pontos em uma escala de 0 a 100, na pesquisa local, enquanto que na nacional o indicador subiu de 49,1 para 49,2 pontos. Já o nível da produção local saltou de 48,5 para 51,7 pontos enquanto a nacional de 48,1 para 52,6 pontos.

Devagar, mas estamos crescendo
Tanto os indicadores nacionais, quanto os locais apontam para uma retomada econômica, puxada pela indústria. Esperemos que as reformas necessárias passem pelo congresso de maneira a garantir que esta recuperação seja consistente e duradoura.

Marcos J. G. Rambalducci é professor doutor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e consultor econômico da Acil [email protected]