É alto o comprometimento de renda da família londrinense
O número de consumidores londrinenses que se declaram com a renda comprometida com dívidas como cartão de crédito, cheque especial e prestação da casa própria é de 65,7% enquanto que a média nacional é de 57,6%.

A PEIC Londrina
Esta Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor - PEIC, realizada trimestralmente pela Empresa Junior de Engenharia de Produção da UTFPR, campus Londrina, aponta que, embora tenha havido uma redução de 4% no grau de comprometimento da renda na comparação com a pesquisa anterior (fev/2017), ela ainda é significativamente superior à média brasileira em pelo menos 8 pontos percentuais.

Renda comprometida e contas em atraso
Daqueles que se declaram com dívidas, 36% se consideram muito endividados enquanto 19,1% se dizem pouco endividados. No entanto, mais de 40% dos consumidores com algum tipo de dívida estão com alguma conta em atraso.

E sem condições de pagá-las
Mas chama a atenção que, do total de consumidores com contas em atraso e que não conseguirão regularizá-las dentro do mês é de 39,8%, ou seja, daqueles que se declaram com dívidas, um em cada seis consumidores estão na condição de inadimplência.

Quando comparado este indicador de Londrina com os números nacionais, vemos que a situação de nossos consumidores é significativamente mais grave.

Na pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o número de consumidores com contas em atraso é de 24,2% e destes 39% deixarão de pagar alguma das contas em atraso, ou seja um em cada dez consumidores que têm dívidas não conseguirão regularizar sua situação.

E são aqueles com renda superior a dez salários
Outro ponto interessante de se observar nesta pesquisa, é que, diferentemente da pesquisa nacional, aqui em Londrina são as famílias com renda superior a dez salários mínimos que estão com mais dificuldade em saldar seus compromissos.

Enquanto mais da metade das famílias com renda de até dez salários mínimos conseguirão reequilibrar suas contas pagando o atrasado, somente 20% das famílias com renda acima de dez salários mínimos é que poderão regularizar as contas em atraso.

Cartão de Crédito é o vilão
O pivô do endividamento das famílias ainda é o cartão de crédito para 39% dos que têm dívidas, seguido pelo financiamento do carro, para 22%, e da casa própria, para 19% delas.

Ainda demora para melhorar
Para que o nível de endividamento possa cair de forma consistente é fundamental a recuperação da renda das pessoas, o que passa necessariamente pela retomada do crescimento econômico, com abertura de postos de trabalho e aumento da renda de quem está empregado, com o aumento das comissões por exemplo.

Mas enquanto a retomada não vem
É fundamental que as famílias repensem suas finanças e adquiram uma disciplina orçamentária que permita a elas passar por este momento de instabilidades com menos sofrimento.

Algumas dicas que podem ajudar
Livre-se do parcelamento do cartão de crédito cujos juros, mesmo tendo caído, ainda estão a 10,87% ao mês.

Com a nova regulamentação do cartão de crédito, em que não é mais possível repetir a opção do pagamento mínimo de forma consecutiva, e o banco é obrigado a oferecer uma linha de crédito para que o consumidor parcele a sua dívida, a atenção é pela taxa de juros desta proposta de financiamento.

Ela sempre será mais baixa que a do cartão, mas veja se não é possível obter taxas menores em outro banco ou em outra linha de crédito.

Saia do cheque especial. Financiar suas contas com esta opção significa pagar 9,6% de juros ao mês.

Cuidado com o empréstimo pessoal em financeiras. O juro médio que cobram é de 8,07% ao mês. Ainda é muito alto.

Compare com as taxas para o empréstimo pessoal praticadas pelos bancos que estão na média em 4,45% ao mês.

E-mail [email protected]